O ano é 1997, dois amigos voltam a morar na mesma cidade após alguns anos afastados, resolvem ir para a capital para que pudessem ter melhores estudos na preparação dos vestibulares que iriam enfrentar. O que não sabiam é que grandes transformações estavam a caminho e os verdadeiros desafios seriam muito maiores que as horas intermináveis de estudos e concentrações. Os dois jovens teriam que decidir como lidariam com as questões pessoais que surgiriam em suas vidas e se tomariam a complexa decisão de amadurecer ou continuar a viver a fase de final de adolescência.
Essa é uma visão pessoal de uma história real que aconteceu, acreditem, com um amigo meu, mas que mudou a maneira de ver a vida de todos os envolvidos nela. Não há crimes ou assassinatos, roubos fora os de coração e nem mesmo desrespeito a qualquer pessoa. É a atitude do mais puro e sincero amor que será aqui relatada por mim, como eu a enxerguei naquele ano e nos momentos em que estive presente.
Nos que não estive? sintam-se à vontade para acessarem os links que postarei e acompanhar a visão de um dos principais envolvidos no caso, o meu grande amigo apaixonado, garanto que vale cada linha que irá ler e ele apenas está começando a narrar sua parte.
Para aumentar a curiosidade, após o atalho para os textos dele, colocarei algumas passagens tiradas de lá com minhas sagazes observações embaixo.
Espero que gostem, afinal tudo o que é verdadeiro trás um ótimo sabor de vida!
Para mim foi assim:
A “C” e um tal de “J”.
Este será um texto curto. Já
aviso aos mais ávidos leitores.
Teria tudo para ser sobre uma
história de amor, onde os personagens aqui colocados como “C” e “J”
protagonizam lindas cenas e belos discursos vindos de seus puros corações,
porém como quem vos conta o episodio é amigo de ambos, e este não participou
das partes melosas, deixaremos o amor de lado e ficaremos apenas com a parte da
história.
Ela começa quando, por mais que
esforçados que fossem dois amigos, alguns vestibulares os venceram, fazendo-os
saírem de suas diferentes cidades para morarem juntos em Curitoba (nome fictício inspirado no original).
Lá eles dividem um apartamento em agradável localização. Enquanto um deles
dorme cedo e levanta-se disposto a mais um dia de aula no cursinho no centro da
cidade, o outro dorme tarde e só deixa de ser um zumbi após a segunda aula,
lembro-me exatamente ser estranho o fato de, nos finais de semana, o mesmo
garoto conseguir acordar super cedo e muito feliz para ir jogar bola no Parque
Abacaxi (nome próximo ao nome real).
Mas disso nada importa. O que
importa neste enredo é a chegada de “C”. Sim, pois até mesmo os pseudo nerds (eu e meu amigo) também amam, demoram
para se multiplicarem, mas amam! Se bem me lembro do fato específico, e olha
que poucos neurônios ainda restam para guardarem a informação, foi durante uma
volta para casa, dentro do corriqueiro ônibus que tudo aconteceu, mas aconteceu
com “J”, por que eu tava mais avoado que pipa desgarrada de linha.
Voltando: como sempre fazíamos
entramos num dos ônibus que nos conduziam aos terminais e pontos diversos.
Sempre acabávamos vendo as mesmas pessoas por causa dos mesmos horários de
sempre, e, enquanto um de nós era excelente em guardar fisionomias o outro era
melhor com nomes, imagine qual dá mais trabalho para o cérebro e atribua à
tarefa mais fácil à minha pessoa. Eu até hoje duvido que “J” teria dificuldades
em guardar o nome dela, mas claro que o nome só apareceu momentos depois do
instante mágico da “vista da paixão”.
Lá estava ela, bem atrás de um muro de três metros de largura, vulgo namorado.
Meio tímida, entre tantas pessoas naquele transporte público, seu olhar era
baixo, quase sem motivação, triste se visto bem perto. Eu levei um cutucão de “J”, através de seus
óculos pude ver sua feição que gritava: Quem é ela?, e olha que ele nem
precisou lançar tal olhar para mim, ele simplesmente me perguntou. Eu olhei
para a direção e por um breve momento achei que meu amigo precisava de óculos
novos, afinal eu só via o tal muro de três metros e antes que de trás dele
surgisse um rosto conhecido e familiar, já estava achando que meu velho amigo
possuía segredos ainda não contados, mas pensei comigo que se tais coisas
realmente existissem, esses segredos, que não fossem por caras com barba.
Quando eu vi “C”, lembrando que não tinha nenhuma luz em volta dela quando eu
olhava, diferente do que acontecia quando “J” olhava, eu sorri. Já a conhecia
de outra cidade, cidade que eu já não mais habitava por imposição da profissão
de meus pais, mas que ainda era lar de meu amigo. Que linda encruzilhada do tal
destino colocar nós três numa mesma cidade, num mesmo ônibus e num mesmo prédio
de cursinho. Mas o destino é brincalhão e também colocou aquele muro no
caminho.
O muro em questão, na minha
imaginação seria o suficiente para acabar com quaisquer pretensões que meu
amigo tivesse. Eu temia que, se ele fosse atrevido o suficiente para levar
adiante o plano de conquista nerd ( não
éramos nerds, longe disso, eu sempre fui mais que ele, mas não quero encontrar
outro adjetivo para enquadrar dois loucos), nós acabássemos virando patê de
presunto, afinal de contas não éramos praticantes de MMA e tão pouco
chegaríamos a fazer sombra no sapato do muro. E eu naquela época, com meu
físico de estaca de matar vampiros, não seria de grande ajuda para “J” e que eu
me lembre sempre fui o mais fraquinho de meus amigos. Fui, hoje em dia não
importa. O que importa é que meu amigo era muito melhor em encantar belas
donzelas e tinha planos bem melhores de como ficar com a mocinha do que eu
jamais poderia desconfiar que fosse capaz e sim, eles eram capazes de tudo,
desde a primeira entreolhada que deram. Digo isso por que depois da primeira
vez que se viram, não pararam mais de se olhar. Fosse no ônibus, no cursinho ou
mesmo em seus sonhos, os olhares eram contínuos, genuínos e apaixonantes.
Minha função foi basicamente
apresentar os dois, de forma que hoje me escapa da lembrança, mas com certeza
fora de um jeito simples como quem apresenta um conhecido em uma roda de
amigos. Daí para frente tudo aconteceu segundo a vontade de “C” e de “J”, e eu,
tapado como era, só fui me dar conta que tudo caminhava para uma bela trilha de
cinema quando o disco já estava na terceira faixa.
A partir dali começava o melhor
tempo de se viver naquela cidade e estudar no centro que eu me lembro. Planos
eram elaborados para que os pombinhos ficassem juntos, e nem tinha como não
estar envolvido em tudo isso. Eu também era uma desculpa e eu realmente gostava
de poder ser uma desculpa. A cena mais adorável eram as manhãs românticas
curitobanas, quando nós três saíamos do cursinho e andávamos pelo centro,
tomávamos algum suco e nos perdíamos na multidão, eles obviamente perdiam-se
mais para lá e eu mais para cá, eram nessas manhãs também que eu sentia o que
era rasgar notas de reais que eram pagas no meu cursinho por meus pais, mas
confesso, nunca fui feito para estudar, sou um inventor de minhas próprias
teorias.
Após algum tempo “J” conseguiu,
ele foi um verdadeiro guerreiro e em seu cavalinho rampante resgatou a princesa
charmosa das garras do muro das lamentações. Não é incrível como as coisas
tristes ficam tão felizes com mudanças ousadas? E se tinha algum casal mais
bonito naquela cidade eu jamais tive conhecimento. Pareciam serem feitos um
para o outro, a química, a energia, as batidas dos corações, os pensamentos
carinhosos e os largos sorrisos que me encantavam, tudo estava ali presente.
Eram perfeitos juntos! Até traçava eu memórias futuras de nós três velhinhos
numa varanda conversando sobre aqueles tempos presentes, rindo e vendo o tempo
passar....
Ops, acho que lendo “eram” já deu
para perceber que em algum momento deixaram de ser.
Não sei explicar como tudo
aconteceu entre eles, como exatamente “C” e “J” se encontraram em seus corações
e como também depois tiveram que dizer adeus um ao outro, nem sei de que forma
fizeram isso. Eu estive presente na parte dos sorrisos, mas perdi as lágrimas.
Minha visão de juntos para sempre estava errada e eu não tinha como ajudar a
reparar o que foi separado (separados e
não quebrados, o destino de alguma forma teve que afastar os dois).
De um casal radiante com um amigo
bobinho ao lado, hoje estamos todos os três morando cada um em um canto, mas eu
acabei no mesmo canto que “C”. A vida como sempre dizem que continua; continuou
para todos nós. O “J” foi para outro litoral, começar uma outra vida. “C” por sua vez também uniu-se a outra vida e
eu, bem eu ainda to aqui livrão e vendendo meu peixe, e peixe é no litoral
mesmo. Uma bela e ilustre história de amor virou uma inesperada história de
amizades, daquelas amizades que sempre se amam e não se tocam, mas apesar de
não se tocarem em pele, sempre estarão tocados em seus corações, suas mentes e
seus desejos. Como eu sei disso? Bom, eu to mais velhinho, também já passei por
isso, mais tarde que meu amigo, mas também peguei o mesmo ônibus e retribui os
mesmos olhares, a diferença é que, enquanto essa sinopse de história aqui
contada seria o “Sol Nasce para Todos”, a minha ficou mais para “American Pie”!
Tenho a imensa gratidão de ainda
poder estar em contato com meu grande amigo “J”, coisas da tecnologia. “C” eu
não vejo tanto, só às vezes quando me perco no supermercado em algum horário
não tradicional, só nesses esbarrões da vida social. Eu sei que são felizes com
a vida que levam, eu também sou, mas lá dentro da minha enorme cabeça eu ainda
imagino toda essa felicidade com os dois juntos e eu enchendo o saco.
Como dito no começo este é um
texto curto, só esqueci de parar na parte curta dele, até por que essas linhas
podem se encerrar aqui, mas dessa história ainda há muito a ser contado e a ser
escrito.
Aliás eu sou o “F”, e como manda
o bom alfabeto estou entre a “C” e o “J”.
------------------------------------------------PAUSA---------------------------------------------------
Para os interessados em saber o lado de um dos amantes desta história recomendo e muito que acessem o espaço dele no recanto das letras, além de ser muito interessante terão verdadeiro prazer em ler um texto muito bem executado. Eu garanto:
Ir em crônicas e nos posts Uma pessoa chamada "C". Temos a parte 1, 2 e 3. Minha favorita é a terceira parte e para os mais preguiçosos é só acessar direto aqui: http://www.recantodasletras.com.br/cronicas/3889618
-----------------------------------------FIM DA PAUSA-------------------------------------------------
PETISCOS
Para atiçar a curiosidade de todos, aqui vão alguns trechos do texto original do meu amigo com alguns bons comentários que exprimem minha opinião direta sobre eles, aproveitem:
Quando conheci “C” ela era um espectro. Uma pessoa que
aprecia perdida, em busca de algo que não sabia o que era, mas sabia que ainda
não havia encontrado.
Aqui eu me declaro
confuso, se ela não sabia o que procurava e também sabia que não tinha
encontrado, como saberia que iria
encontrar se não sabia o que era? Provavelmente ela seria como se eu tivesse
ido almoçar em uma churrascaria. ( Sendo que eu não como carne).
Eu tinha o dom de ler os pensamentos dela naquela época e
ela sabia disso.
Charles Xavier é foda!
Foi um período do qual, sinceramente, não me lembro.
Eu sempre pedi para ele largar das drogas, mas nunca tive
sucesso....Ou era eu que me drogava? Agora nem eu me lembro. (Isso é mentira, piadinha, etc..)
O coração veio à boca. Borboletas de ansiedade voavam dentro da
minha barriga, fazendo com que eu tremesse como se tivesse levado um grande
susto.
Isso é altamente gay!
Conversávamos sobre ela. Na verdade, eu puxava todo o
assunto para ela. Não conseguia falar sobre outra coisa.
Mais ou menos parecido com menininha virgem que assiste
crepúsculo!
.... até que, subindo um enorme lance de escadas que levava
à nossa sala...
Minha cara de espanto deve ter sido hilária. Os dois
começaram a conversar enquanto eu a observava em todos os seus detalhes.
Se bem me lembro essa escada era vazada e eu ficava em baixo
olhando as moças de saia subindo por ela. A cara dele só não foi mais hilária
do que a cara que fez quando ficou com a cabeça prensada na porta do
bi-articulado.
Os objetivos que me levaram a estar no curso agora eram
outros, totalmente diversos e muito mais agradáveis.
E eu achando que era o único que não gostava de estudar!
Iríamos ficar uma manhã inteira juntos, mas não no curso, e
sim no apartamento do irmão dela.
Olha aí Dona Maria, o rapaz matando aula....
Nos despedimos naquela manhã, “F” foi para o prédio do
colégio sozinho, eu e “C” pegaríamos um outro ônibus para irmos ao apartamento
do seu irmão.
Enquanto eles se divertiam, eu ficava lá no cursinho vendo
lindos professores como Nogaroli e Serjão, além de ficar ouvindo as
intermináveis declarações de amor do professor de literatura para Xuxu, seu
aluno(a), preferido dele.
Durante a viajem conversamos sobre nossos problemas,
principalmente na relação dela com o namorado.
Aham, eles eram amantes!
Ela achou um cd dos Smiths e foi até a estante da sala de
estar para colocá-lo no aparelho de som.
Nesse ponto devo destacar duas coisas, primeiro o grife é
por que no texto dele está escrito DO aparelho de som, então estou arrumando
aqui. Segundo é que a trilha sonora me agrada.
Eu beijava seu pescoço e seu queixo eminhas mãos entraram
embaixo do moletom que ela vestia... encorajou-me a explorar ainda mais... senti pela primeira vez a maciez
daquela parte de seu corpo e a rigidez dos ****** entre meus *****.... Ela
ficava cada vez mais ofegante, assim como eu.
Me pergunto se todos os bons textos tem que ter putaria....
Mas garanto que aqui está dentro do contexto. Aliás dentro e fora, dentro e
fora se é que me entendem. Só pra sacanear a palavra destacada está com S no
texto.
Estávamos cobertos de suor....
A coisa era selvagem!
... lavei meu rosto rapidamente e olhei-me no espelho.
Percebi que não era mais a mesma pessoa que saíra cedo de casa naquela manhã.
Isto pode ter sido devido à vários fatores. Alguns podem
dizer que foi por que ele tinha ousado a se arriscar numa das aventuras mais
loucas até então. Para mim, continuo achando que ele se olhou no espelho sem os
óculos.
.... louco para gritar ao mundo o nome do meu amor...
Quem adivinha que Titanic é o filme preferido dele? Não é
não.
E é isso, espero ter conseguido incutir uma certa vontade em vocês leitores de acompanharem o restante da saga no espaço do meu amigo no recanto das letras. Obrigado aos que vieram até este ponto e garanto que fizeram uma ótima leitura.
E só para acabar bem hoje:
A SABEDORIA DA CORUJA
É fato comum nos dias de hoje e sempre as pessoas que mesmo rodeadas de gente reclamam por estarem sozinhas, que ninguém as ouve ou as entendem, mas continuam a se cercar dos mesmos de sempre. E há também queles que dizem conseguir conviver com todos os tipos de pessoas, mesmo que elas sigam algum modo de vida contrário ao seu estilo de ser e pensar.
SABEDORIA: "Enquanto alguns estão com as companhias erradas outros imaginam estar com as companhias certas!"
FUI-ME!!!