segunda-feira, 11 de julho de 2016

LEI ROU-O-QUE?

Olá pessoas!

Muito texto, às vezes interessante, outras vezes nem tanto, mas sempre escrevendo e externando o pensamento. Desta vez um pouco sobre o que penso da tão famosa lei de incentivo à cultura, uma viajem sobre o tempo, um pouco de sabedoria e mais do meu personagem Pedro Góli. A quem ler, ma boa viagem!









            Lei Rou-O-Que







 Não quero aqui discutir a importância ou não em se ter um ministério da cultura, há países que tem e não sabem o que fazer direito com ele (nosso caso) e países que não tem e que se viram muito bem sem ele (u.s.a). O ponto é discutir se a tal lei de isenção fiscal para empresas que colocarem esses valores em projeto culturais deveriam antes passar por aprovação de tal ministério. 

Vivemos; como todos gostam de falar e todos já ouviram falar, em um país plural em todas as áreas, cultura então é o que mais temos, de diferentes formas, espalhada pelo vasto território nacional e cada região do nosso Brasil dá maior importância às suas próprias raízes culturais. Por exemplo, é mais comum a festa do boi ser de grande relevância a uma cidade do norte brasileiro que o fandango, dançado mais ao sul. Exceção feita, claro, ao carnaval que é festejado em todas as áreas federativas; festa que atrai turistas não só para um Estado, mas para todos, guardadas as suas devidas proporções.

Sendo assim, não seria muito mais interessante que se estabelecessem valores máximos de abatimentos em impostos para todas as empresas no território nacional que poderiam decidir sozinhas onde colocariam esse dinheiro (devidamente comprovado depois), e em que projeto cultural deveriam investir, levando em conta onde estas empresas estão localizadas e a que cultura mais são simpáticas? Não seria melhor que projetos absurdos sendo mandados ao ministério para que esse aprove ou desaprove?

 Afinal de contas, uma empresa de porte nacional, digamos assim uma produtora de bebidas, certamente investiria nas mais diversas áreas culturais da nossa terra, enquanto as empresas regionais, como redes de supermercados, prefeririam enaltecer a cultura de seu Estado ou região do Estado.

Penso que dessa forma sairíamos todos ganhando, não apenas com artistas renomados (e muitas vezes com condições de bancar seus empreendimentos artísticos por conta própria) adquirindo o benefício, mas também os pequenos produtores de cultura local que, com um bom incentivo poderiam mostrar quão diversificada é a nossa cultura, podendo esses também alçarem seus nomes para o reconhecimento nacional e quem sabe até mesmo internacional.

O que falta para o Brasil não são boas ideias, mas sim como colocá-las em prática de forma que favoreçam a todos sem distinção. 





PAUSA---------------------

 CONSIDERAÇÃO SOBRE O TEMPO

Segundo o que diz a Teoria da Relatividade de Einstein, e aqui eu uso uma forma bem simples e talvez um pouquinho adaptada, o tempo basicamente não existe. Seria como se o presente, o passado e o futuro estivessem coexistindo ao mesmo tempo, ou seja, como se tudo o que você já fez, está fazendo ou fará, todas essas possibilidades já estão condensados num único período de espaço.

E pensando sobre isso cheguei a um pequeno exemplo de como o tempo, assim como tudo na nossa existência perceptível, é relativo. Vejam vocês como fica interessante esse exemplo, mas já digo para deixarem a imaginação tomar um pouco a conta de seus pensamentos: Vamos nos comparar a uma pessoa que viva no Japão, pois bem, nesse exato momento essa pessoa em relação a qualquer um de nós no Brasil estará perto de 12 horas no futuro (fuso horário) e consequentemente nós estaremos a 12 horas no passado para essa pessoa.

Logo, quem está do outro lado do mundo está vivendo o futuro desse mesmo dia enquanto estamos ainda no passado desse dia e ainda assim todos nós estamos vivendo no presente!

Louco, não é? Agora continuem esse exercício pensando em como é viajar daqui para lá de avião ou voltar de lá para cá. Maior confusão de dias e horários, mas também muito interessante.

Essa foi apenas uma forma de demonstrar que o tempo não segue uma linha tão linear como nós gostamos de traçar para ele e lembro aqui que o tempo também é uma percepção que nós fazemos de um fenômeno, assim como todas as coisas que gostamos de nomear, medir, inventar, teorizar e por aí vai.                                                                                                                                                                                                                                                                         -----FIM DA PAUSA 









 A SABEDORIA DA CORUJA


João mantinha um bom casamento, assim ele pensava. Mas passados dois anos, acabou descobrindo que a esposa o tinha traído. A briga foi feia e ele pediu para que ela saísse de casa, mas ela suplicou para que lhe desse mais uma chance. Sem saber o que fazer, João foi procurar seu avô, Antonio, homem bem vivido e experiente, muito mais velho evidentemente.

Seu Antonio analisou o caso e falou para João dar nova chance para a esposa. E assim ele fez e assim, novamente, a esposa o traiu. Nova briga, dessa vez ele a deportou da residência sem dó. Nos dias seguintes recebeu diversos telefonemas da mulher arrependida do que tornara a fazer e pedindo perdão.

Sem saber o que fazer, João desta vez foi recorrer a uma velha cigana que morava perto de sua casa, podia ver o futuro, diziam os vizinhos e amigos. Lá ele foi e a velha cigana com aparência de mil anos nem precisou olhar a mão de João, rogou toda a experiência de seu milênio na Terra e disse para ele que se era a segunda vez que ela pedia uma chance era por que realmente ela iria mudar.

João aceitou voltar com a mulher pela segunda vez. E pela terceira vez ele foi chifrado. Não teve outra briga, apenas pegou as roupas dela e colocou do lado de fora da casa. Um mês depois ela pediu para se encontrar com ele. Antes de ir ao encontro, João resolveu procurar alguém que fosse experiente, mas que também entendesse de traições. Foi até o puteiro da cidade e falou com Jandaya, 30 anos na profissão do meretrício e conhecedora dos mistérios das mulheres mais liberais. Após explicar que era a terceira vez, Jandaya refletiu bem sobre a histórias de outras putas que por ali passaram e disse para ele parar de se preocupar, que provavelmente ela precisou procurar algumas aventuras fora do casamento devido a rotina sexual deles estar, talvez, um pouco monótona e tudo o que ele tinha que fazer era apimentar a relação que ela nunca mais o trairia.

João foi conversar com a esposa, ela pediu pra voltar e ele aceitou. Apimentou a relação, fez de tudo o que nunca tinha feito antes na cama com a mulher, até coisas que nem imaginaria antes fazer e então... A mulher lhe meteu os galhos pela quarta vez.

João por fim cortou qualquer relação com a antiga esposa, nunca mais atendeu a um dos seus telefonemas, abriu uma mensagem sua no celular ou mesmo passou do mesmo lado da rua. João também nunca mais pediu conselhos para o avô, para a cigana ou para a dona do bordel. João se casou novamente quatro anos depois. Essa não o traiu, pois preferia comprar coisas a fazer sexo.

Sabedoria 1: Gente velha também pode ser burra, não aceite conselhos só pelos cabelos brancos.

Sabedoria 2: Quando mulher descobre o que gosta ela faz bastante, seja o que for; e lembre-se: se elas não compram em uma loja só,  as outras coisas também não se limitam a um único lugar. 







       AS PERIPÉCIAS DE PEDRO GÓLI


Pior que um bêbado já bêbado é um bêbado querendo ficar bêbado. E isso foi determinante para um fato em mais um dia na minha vida bagunçada pelo álcool demoníaco.

Tudo começou com o pedido de ajuda de um amigo meu que na verdade tinha dormido lá em casa depois que voltamos de uma festa. Ele tinha que ir até a cidade vizinha para buscar a avó dele no aeroporto, mas a situação não tava muito boa.

- Ei Pedro, Cê pode quebrar meu galho e ir buscar a velha no aeroporto?

- Ah cara, tem jeito não, to podre.

- Mas eu to pior, olha só, vomitei um monte e acho que to cagado.

- Putz, olhando bem, parece mesmo, sei lá... Mas...

- Ah vai cara, só chegar lá, pegar a velha e voltar. Se você for eu te dou as duas garrafas que sobraram na mochila que catei da festa.

- Que duas garrafas?

Ele então puxou a mochila que tinha usado como travesseiro e tirou de dentro duas garrafas lacradas: wisky e vodka. Para mim não foi necessário mais qualquer argumento.

- Qual o nome da velha e como ela se parece?

- O nome da minha vó é Angela e ela, tipo, sei lá, parece uma velha, bem velha, baixinha, cabelo bem branco e tals. Mas ó...

- Que tem?

- A velha fica meio desorientada quando viaja de avião e tipo, às vezes ela não me reconhece e não quer sair do aeroporto, então tem que convencer ela a ir pro carro. Ela fica meio braba, mas quando chega e vê a famiage, tudo se resolve.

Nem ouvi mais nada. Por uma das garrafas eu já ia buscar a velha, nem que eu tivesse que arrastar ela pro carro. Só tinha um problema, eu não tinha carro.

Saí meio sem plano algum, mas logo avistei o vizinho da frente, dormindo na grama e de portão aberto. Cheguei direto e fui pedindo uma ajuda.

- Oh Cidão, tem como me descolar teu carro rapidão? Servicinho de uma hora no máximo.

O Cidão abriu o olho que ainda tava fechado.

- Mas cê tá bêbado?

- Tava ontem, Cidão, agora to de ressaca.

- Mas não sei. E se eu tiver que sair daqui?

- Do jeito que você tá, só sai pra ir pro sofá mais próximo.

- Verdade, mas...

- Faz assim, me empresta o carango e eu te deixo escolher se você quer uma garrafa de wisky ou uma de vocka. Fechadinhas.

- Fechadinhas?

- Isso, igual a minha última conta bancária.

- Beleza, pega lá a chave em cima da pia do banheiro e vaza. Depois me traz uma das duas.

- Tem gazoza?

- Nem sai ontem, bebi aqui mermo. Tá na tampa.

Peguei a chave e fui com tudo pro aeroporto. Pra minha sorte a questão de ter gasolina no carro não era papo de bebum desnorteado do Cidão. Cheguei e parei na área de embargue. Nem ativei o alarme, apenas corri pra dentro do saguão. Não parava de pensar na recompensa, mas ainda não tinha me decidido qual das garrafas ficaria comigo.

O lugar não tava tão movimentado, devia ser o dia da semana não sei. Olhei de um lado pro outro até que finalmente avistei a tal velha. Baixinha, meio encurvada pela idade e cabelos bem brancos. Me aproximei e a cumprimentei.

- Olá senhora, vim buscar você a pedido do seu neto. Ele não pode vir pessoalmente...

- Que neto? Eu não tenho neto nenhum.

- Ele me avisou que você poderia ficar assim.

- Assim como? Quem avisou?

- Olha, não vamos brigar, só vim buscar a senhora e levar pra casa.

- Mas eu sei ir pra casa sozinha, não preciso de ajuda seu...

- Qual o nem da senhora?

Antes que ela respondesse, uma beldade morena com um corpo desses de moça que fica segurando a plaquinha de piloto da stock car passou bem ao meu lado. Torci o pescoço que nem a guria do O exorcista e então voltei a prestar a tenção no que a velha falava.

- ....angela. Esse é meu nome.

- Então é você mesma, minha senhora. Vamos. Chegou agora?

- Não, eu to esperando pra...

- Ih, foi mal. A gente deve ter dormido demais. No caminho eu conto.

- Olha jovem, eu não se quem você é e eu tenho que esperar...

- Mas eu já disse, sou amigo do seu neto. Agora vem e não reclama.

Peguei a mão da velha e fui puxando como dava, a imagem daquelas garrafas não saia da minha cabeça e logo o gargalo não sairia da minha boca. A velha resistia tanto que um segurança do aeroporto veio ver o que tava acontecendo. A velha falava que tava sendo sequestrada, aí chamei ele pro lado e expliquei as condições que ela ficava na viagem. Liberados, fui até o carro e enfiei a velha dentro dele. Voltei como um louco na estrada, louco pela bebida que nem tinha percebido como a velhinha ficou estática com medo que eu batesse o carro, pelo menos ficou quieta o tempo todo.

Quando chegamos ela não quis descer do carro, então fui chamar meu amigo. Ele foi correndo receber a avó, mas aí deu problema.

- Oh Pedro, essa não é a velha não.

- Como não? Ela é do jeito que você falou e tudo.

- Eu sei, acho que até eu me confundiria, mas cara, não é ela..

- Não? O senhora, fala seu nome pra ele.

A velha já me batendo onde podia, gritou:

- Rosângela, meu nome é Rosangela.

Maldita daquela mina gostosa!

No fim, percebi que cometi uma besteira das grandes, essa velha estava no aeroporto esperando pra viajar, até por isso tava sem nenhuma bagagem. A outra velha, a certa, tava esperando dentro de uma sala de companhia aérea, pois tinha ficado agitada depois do voo. Pra minha sorte consegui voltar a tempo da primeira velha pegar o avião e pude então trazer de volta a velha certa.

Ainda levei meu amigo e a avó, que era bem mais legal que a velha pirada da primeira viajem, na casa dos pais deles. Voltei e entrei na garagem do Cidão, levei a chave de volta pra pia do banheiro, fui até em casa, catei as garrafas e voltei até o jardim. Senti na grama ao lado dele.

- Qual que tu quer?

- Sei lá, vamos tomar as duas agora.

Sugestão feita, sugestão adotada. Tomamos as duas inteirinhas e desmaiamos ali na grama mesmo. Deixamos o portão aberto. Acordamos quando passava das seis da tarde. O carro tinha sido roubado. Cidão nem ligou, disse que tinha seguro, fomos a pé fazer um b.o. e depois paramos no posto pra aliviar o dia com uma cervejinha.



FUI-ME!!!

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