Fiquei um tempo sem aparecer, pois há novos projetos em que estou trabalhando para ver se em algum eu consigo atingir um maior número de pessoas.
Para isso, passarei a postar textos únicos por aqui e com uma frequência um pouco maior.
Divirtam-se com a primeira postagem dessa nova ssafra!
A SABEDORIA DA CORUJA
Um paciente que sofre da síndrome de Korsakoff (perda de
memória recente) vai se consultar com seu neurologista costumeiro. Porém o que
nenhum dos dois sabe é que o Dr. Hasennberg, o neurologista, também passou a
sofrer da mesma síndrome recentemente.
O paciente entra no consultório:
- Bom dia Doutor.
- Bom dia, senhor?
- Williams, meu nome é Willimas. Sou seu paciente desde...
Me esqueci.
- E como você sabe que eu sou seu médico?
- Sei que é médico por que está escrito no seu jaleco.
- Oh, é mesmo. Aqui está. Dr. Hasennberg. Eu mesmo!
- Pois é Doutor, eu vim aqui para ver se melhorei da
minha... Como é mesmo? Eu não lembro o que eu tinha.
- Não se preocupe senhor... Seu nome?
- Williams.
- Isso mesmo. Veja, eu tenho os arquivos aqui nessa gaveta
debaixo da escrivaninha. Deixe-me encontrar a sua ficha. Só um segundo.
- Tudo bem.
O Dr. Hasennberg abaixa para procurar o arquivo e quando
levanta a cabeça novamente, vê o paciente bem à sua frente.
- Olá. Em que posso ajuda-lo?
- Olá. Eu vim aqui procurar alguém que está me tratando,
mas não sei se é você doutor.
- Mas como sabe que eu sou médico?
- Por que está escrito no seu jaleco.
- Oh. É mesmo! Aqui está, bem no bolso, Dr. Hasennberg. Por
um momento achei que eu fosse professor. Mas o senhor se chama?
- Meu nome é... Eu não lembro do meu nome.
-Tem algum documento com você;
- Boa ideia. Devo ter aqui na carteira.
Williams pega a carteira, enquanto o Dr. Hasennberg se
distrai olhando para a janela do consultório. O paciente olha a carteira, vê
seu nome, guarda tudo e volta a falar com o médico.
- Pronto, meu nome é Williams.
- Olá Williams, em que posso ajuda-lo?
- Eu não sei Dr. Hasennberg. Não lembro nem o
motivo de ter entrado nesta sala.
- Quem é Hasennberg?
- Você, eu suponho. É o que está escrito no seu jaleco.
- Oh. É verdade. Está bem aqui, Dr. Hasennberg. Mas eu sou
doutor de que?
- Eu não sei.
- Me diga seu nome, talvez eu lembre de você e assim saiba
o que nós dois fazemos aqui.
- Meu nome é... Puxa vida, esqueci meu nome.
- Nome de quem?
- O meu, você perguntou.
- Perguntei? E o meu nome, você sabe?
- Eu acho que é esse que está escrito no seu jaleco.
- Oh. É verdade. Dr. Hasennberg. Mas doutor de que? Afinal
onde estamos?
- Eu não sei. Parece um consultório.
- Tem razão. Deve ter algum médico por aqui. Acho que
deveríamos sair e encontrar alguém para pedirmos orientações.
- Orientações sobre o que?
- Sobre o que fazemos aqui.
O que você me diz, senhor... Qual é o seu nome?
- Meu nome, eu não lembro do meu nome Dr. Hasennberg.
- Dr. Hasennberg, mas por que você acha que eu sou doutor?
- É o que está escrito no seu jaleco.
E assim eles ficaram por cerca de uma hora, uma longa hora,
até que finalmente saíram do consultório e foram até o refeitório tomar uma
xícara de chá, onde naturalmente acabaram pedindo café.
Sabedoria: Nunca tente tratar de seus problemas com alguém
que sofre do mesmo mal que você!
P.S. – Caso não tenha ficado claro, não tente pedir opinião
às pessoas que estão passando pelo mesmo que você está passando. Geralmente as
únicas coisas que se conseguem são péssimas soluções e ambos acabam perdidos!
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