sexta-feira, 14 de abril de 2017

HÁ MALES....

Olá pessoas!

Fiquei um tempo sem aparecer, pois há novos projetos em que estou trabalhando para ver se em algum eu consigo atingir um maior número de pessoas.

Para isso, passarei a postar textos únicos por aqui e com uma frequência um pouco maior.

Divirtam-se com a primeira postagem dessa nova ssafra!


             A SABEDORIA DA CORUJA


Um paciente que sofre da síndrome de Korsakoff (perda de memória recente) vai se consultar com seu neurologista costumeiro. Porém o que nenhum dos dois sabe é que o Dr. Hasennberg, o neurologista, também passou a sofrer da mesma síndrome recentemente.

O paciente entra no consultório:

- Bom dia Doutor.

- Bom dia, senhor?

- Williams, meu nome é Willimas. Sou seu paciente desde... Me esqueci.

- E como você sabe que eu sou seu médico?

- Sei que é médico por que está escrito no seu jaleco.

- Oh, é mesmo. Aqui está. Dr. Hasennberg. Eu mesmo!

- Pois é Doutor, eu vim aqui para ver se melhorei da minha... Como é mesmo? Eu não lembro o que eu tinha.

- Não se preocupe senhor... Seu nome?

- Williams.

- Isso mesmo. Veja, eu tenho os arquivos aqui nessa gaveta debaixo da escrivaninha. Deixe-me encontrar a sua ficha. Só um segundo.

- Tudo bem.

O Dr. Hasennberg abaixa para procurar o arquivo e quando levanta a cabeça novamente, vê o paciente bem à sua frente.

- Olá. Em que posso ajuda-lo?

- Olá. Eu vim aqui procurar alguém que está me tratando, mas não sei se é você doutor.

- Mas como sabe que eu sou médico?

- Por que está escrito no seu jaleco.

- Oh. É mesmo! Aqui está, bem no bolso, Dr. Hasennberg. Por um momento achei que eu fosse professor. Mas o senhor se chama?

- Meu nome é... Eu não lembro do meu nome.

-Tem algum documento com você;

- Boa ideia. Devo ter aqui na carteira.

Williams pega a carteira, enquanto o Dr. Hasennberg se distrai olhando para a janela do consultório. O paciente olha a carteira, vê seu nome, guarda tudo e volta a falar com o médico.

- Pronto, meu nome é Williams.

- Olá Williams, em que posso ajuda-lo?

- Eu não sei Dr. Hasennberg. Não lembro  nem  o motivo de ter entrado nesta sala.
- Quem é Hasennberg?

- Você, eu suponho. É o que está escrito no seu jaleco.

- Oh. É verdade. Está bem aqui, Dr. Hasennberg. Mas eu sou doutor de que?

- Eu não sei.

- Me diga seu nome, talvez eu lembre de você e assim saiba o que nós dois fazemos aqui.

- Meu nome é... Puxa vida, esqueci meu nome.

- Nome de quem?

- O meu, você perguntou.

- Perguntei? E o meu nome, você sabe?

- Eu acho que é esse que está escrito no seu jaleco.

- Oh. É verdade. Dr. Hasennberg. Mas doutor de que? Afinal onde estamos?

- Eu não sei. Parece um consultório.

- Tem razão. Deve ter algum médico por aqui. Acho que deveríamos sair e encontrar alguém para pedirmos orientações.

- Orientações sobre o que?

- Sobre o que fazemos aqui.  O que você me diz, senhor... Qual é o seu nome?

- Meu nome, eu não lembro do meu nome Dr. Hasennberg.

- Dr. Hasennberg, mas por que você acha que eu sou doutor?

- É o que está escrito no seu jaleco.

E assim eles ficaram por cerca de uma hora, uma longa hora, até que finalmente saíram do consultório e foram até o refeitório tomar uma xícara de chá, onde naturalmente acabaram pedindo café.

Sabedoria: Nunca tente tratar de seus problemas com alguém que sofre do mesmo mal que você!

P.S. Caso não tenha ficado claro, não tente pedir opinião às pessoas que estão passando pelo mesmo que você está passando. Geralmente as únicas coisas que se conseguem são péssimas soluções e ambos acabam perdidos!


Nenhum comentário:

Postar um comentário