Olá pessoas!
Muito texto, às vezes interessante, outras vezes nem tanto, mas sempre escrevendo e externando o pensamento. Desta vez um pouco sobre o que penso da tão famosa lei de incentivo à cultura, uma viajem sobre o tempo, um pouco de sabedoria e mais do meu personagem Pedro Góli. A quem ler, ma boa viagem!
Lei Rou-O-Que
Não quero aqui discutir a
importância ou não em se ter um ministério da cultura, há países que tem e não
sabem o que fazer direito com ele (nosso caso) e países que não tem e que se
viram muito bem sem ele (u.s.a). O ponto é discutir se a tal lei de isenção
fiscal para empresas que colocarem esses valores em projeto culturais deveriam
antes passar por aprovação de tal ministério.
Vivemos; como todos gostam de
falar e todos já ouviram falar, em um país plural em todas as áreas, cultura
então é o que mais temos, de diferentes formas, espalhada pelo vasto território
nacional e cada região do nosso Brasil dá maior importância às suas próprias
raízes culturais. Por exemplo, é mais comum a festa do boi ser de grande
relevância a uma cidade do norte brasileiro que o fandango, dançado mais ao
sul. Exceção feita, claro, ao carnaval que é festejado em todas as áreas
federativas; festa que atrai turistas não só para um Estado, mas para todos,
guardadas as suas devidas proporções.
Sendo assim, não seria muito
mais interessante que se estabelecessem valores máximos de abatimentos em
impostos para todas as empresas no território nacional que poderiam decidir
sozinhas onde colocariam esse dinheiro (devidamente comprovado depois), e em
que projeto cultural deveriam investir, levando em conta onde estas empresas
estão localizadas e a que cultura mais são simpáticas? Não seria melhor que
projetos absurdos sendo mandados ao ministério para que esse aprove ou
desaprove?
Afinal de contas, uma empresa de porte nacional,
digamos assim uma produtora de bebidas, certamente investiria nas mais diversas
áreas culturais da nossa terra, enquanto as empresas regionais, como redes de
supermercados, prefeririam enaltecer a cultura de seu Estado ou região do
Estado.
Penso que dessa forma
sairíamos todos ganhando, não apenas com artistas renomados (e muitas vezes com
condições de bancar seus empreendimentos artísticos por conta própria) adquirindo
o benefício, mas também os pequenos produtores de cultura local que, com um bom
incentivo poderiam mostrar quão diversificada é a nossa cultura, podendo esses
também alçarem seus nomes para o reconhecimento nacional e quem sabe até mesmo
internacional.
O que falta para o Brasil não
são boas ideias, mas sim como colocá-las em prática de forma que favoreçam a
todos sem distinção.
PAUSA---------------------
CONSIDERAÇÃO SOBRE O TEMPO
Segundo o que diz a Teoria da
Relatividade de Einstein, e aqui eu uso uma forma bem simples e talvez um
pouquinho adaptada, o tempo basicamente não existe. Seria como se o presente, o
passado e o futuro estivessem coexistindo ao mesmo tempo, ou seja, como se tudo
o que você já fez, está fazendo ou fará, todas essas possibilidades já estão
condensados num único período de espaço.
E pensando sobre isso cheguei
a um pequeno exemplo de como o tempo, assim como tudo na nossa existência
perceptível, é relativo. Vejam vocês como fica interessante esse exemplo, mas
já digo para deixarem a imaginação tomar um pouco a conta de seus pensamentos:
Vamos nos comparar a uma pessoa que viva no Japão, pois bem, nesse exato
momento essa pessoa em relação a qualquer um de nós no Brasil estará perto de
12 horas no futuro (fuso horário) e consequentemente nós estaremos a 12 horas
no passado para essa pessoa.
Logo, quem está do outro lado
do mundo está vivendo o futuro desse mesmo dia enquanto estamos ainda no
passado desse dia e ainda assim todos nós estamos vivendo no presente!
Louco, não é? Agora continuem
esse exercício pensando em como é viajar daqui para lá de avião ou voltar de lá
para cá. Maior confusão de dias e horários, mas também muito interessante.
Essa foi apenas uma forma de
demonstrar que o tempo não segue uma linha tão linear como nós gostamos de
traçar para ele e lembro aqui que o tempo também é uma percepção que nós
fazemos de um fenômeno, assim como todas as coisas que gostamos de nomear,
medir, inventar, teorizar e por aí vai. -----FIM DA PAUSA
A SABEDORIA DA CORUJA
João mantinha um bom
casamento, assim ele pensava. Mas passados dois anos, acabou descobrindo que a
esposa o tinha traído. A briga foi feia e ele pediu para que ela saísse de
casa, mas ela suplicou para que lhe desse mais uma chance. Sem saber o que
fazer, João foi procurar seu avô, Antonio, homem bem vivido e experiente, muito
mais velho evidentemente.
Seu Antonio analisou o caso e
falou para João dar nova chance para a esposa. E assim ele fez e assim,
novamente, a esposa o traiu. Nova briga, dessa vez ele a deportou da residência
sem dó. Nos dias seguintes recebeu diversos telefonemas da mulher arrependida
do que tornara a fazer e pedindo perdão.
Sem saber o que fazer, João
desta vez foi recorrer a uma velha cigana que morava perto de sua casa, podia
ver o futuro, diziam os vizinhos e amigos. Lá ele foi e a velha cigana com
aparência de mil anos nem precisou olhar a mão de João, rogou toda a
experiência de seu milênio na Terra e disse para ele que se era a segunda vez
que ela pedia uma chance era por que realmente ela iria mudar.
João aceitou voltar com a
mulher pela segunda vez. E pela terceira vez ele foi chifrado. Não teve outra
briga, apenas pegou as roupas dela e colocou do lado de fora da casa. Um mês
depois ela pediu para se encontrar com ele. Antes de ir ao encontro, João
resolveu procurar alguém que fosse experiente, mas que também entendesse de
traições. Foi até o puteiro da cidade e falou com Jandaya, 30 anos na profissão
do meretrício e conhecedora dos mistérios das mulheres mais liberais. Após
explicar que era a terceira vez, Jandaya refletiu bem sobre a histórias de
outras putas que por ali passaram e disse para ele parar de se preocupar, que
provavelmente ela precisou procurar algumas aventuras fora do casamento devido
a rotina sexual deles estar, talvez, um pouco monótona e tudo o que ele tinha
que fazer era apimentar a relação que ela nunca mais o trairia.
João foi conversar com a
esposa, ela pediu pra voltar e ele aceitou. Apimentou a relação, fez de tudo o
que nunca tinha feito antes na cama com a mulher, até coisas que nem imaginaria
antes fazer e então... A mulher lhe meteu os galhos pela quarta vez.
João por fim cortou qualquer
relação com a antiga esposa, nunca mais atendeu a um dos seus telefonemas,
abriu uma mensagem sua no celular ou mesmo passou do mesmo lado da rua. João
também nunca mais pediu conselhos para o avô, para a cigana ou para a dona do
bordel. João se casou novamente quatro anos depois. Essa não o traiu, pois
preferia comprar coisas a fazer sexo.
Sabedoria 1: Gente velha
também pode ser burra, não aceite conselhos só pelos cabelos brancos.
Sabedoria 2: Quando mulher
descobre o que gosta ela faz bastante, seja o que for; e lembre-se: se elas não
compram em uma loja só, as outras coisas também não se limitam a um único
lugar.
AS PERIPÉCIAS DE PEDRO GÓLI
Pior que um bêbado já bêbado é
um bêbado querendo ficar bêbado. E isso foi determinante para um fato em mais
um dia na minha vida bagunçada pelo álcool demoníaco.
Tudo começou com o pedido de
ajuda de um amigo meu que na verdade tinha dormido lá em casa depois que
voltamos de uma festa. Ele tinha que ir até a cidade vizinha para buscar a avó
dele no aeroporto, mas a situação não tava muito boa.
- Ei Pedro, Cê pode quebrar
meu galho e ir buscar a velha no aeroporto?
- Ah cara, tem jeito não, to
podre.
- Mas eu to pior, olha só,
vomitei um monte e acho que to cagado.
- Putz, olhando bem, parece
mesmo, sei lá... Mas...
- Ah vai cara, só chegar lá,
pegar a velha e voltar. Se você for eu te dou as duas garrafas que sobraram na
mochila que catei da festa.
- Que duas garrafas?
Ele então puxou a mochila que
tinha usado como travesseiro e tirou de dentro duas garrafas lacradas: wisky e
vodka. Para mim não foi necessário mais qualquer argumento.
- Qual o nome da velha e como
ela se parece?
- O nome da minha vó é Angela
e ela, tipo, sei lá, parece uma velha, bem velha, baixinha, cabelo bem branco e
tals. Mas ó...
- Que tem?
- A velha fica meio
desorientada quando viaja de avião e tipo, às vezes ela não me reconhece e não
quer sair do aeroporto, então tem que convencer ela a ir pro carro. Ela fica
meio braba, mas quando chega e vê a famiage, tudo se resolve.
Nem ouvi mais nada. Por uma das
garrafas eu já ia buscar a velha, nem que eu tivesse que arrastar ela pro carro.
Só tinha um problema, eu não tinha carro.
Saí meio sem plano algum, mas
logo avistei o vizinho da frente, dormindo na grama e de portão aberto. Cheguei
direto e fui pedindo uma ajuda.
- Oh Cidão, tem como me
descolar teu carro rapidão? Servicinho de uma hora no máximo.
O Cidão abriu o olho que ainda
tava fechado.
- Mas cê tá bêbado?
- Tava ontem, Cidão, agora to
de ressaca.
- Mas não sei. E se eu tiver
que sair daqui?
- Do jeito que você tá, só sai
pra ir pro sofá mais próximo.
- Verdade, mas...
- Faz assim, me empresta o
carango e eu te deixo escolher se você quer uma garrafa de wisky ou uma de
vocka. Fechadinhas.
- Fechadinhas?
- Isso, igual a minha última
conta bancária.
- Beleza, pega lá a chave em
cima da pia do banheiro e vaza. Depois me traz uma das duas.
- Tem gazoza?
- Nem sai ontem, bebi aqui
mermo. Tá na tampa.
Peguei a chave e fui com tudo
pro aeroporto. Pra minha sorte a questão de ter gasolina no carro não era papo de
bebum desnorteado do Cidão. Cheguei e parei na área de embargue. Nem ativei o
alarme, apenas corri pra dentro do saguão. Não parava de pensar na recompensa,
mas ainda não tinha me decidido qual das garrafas ficaria comigo.
O lugar não tava tão movimentado,
devia ser o dia da semana não sei. Olhei de um lado pro outro até que
finalmente avistei a tal velha. Baixinha, meio encurvada pela idade e cabelos
bem brancos. Me aproximei e a cumprimentei.
- Olá senhora, vim buscar você a pedido do seu neto. Ele não pode vir pessoalmente...
- Que neto? Eu não tenho neto
nenhum.
- Ele me avisou que você
poderia ficar assim.
- Assim como? Quem avisou?
- Olha, não vamos brigar, só
vim buscar a senhora e levar pra casa.
- Mas eu sei ir pra casa
sozinha, não preciso de ajuda seu...
- Qual o nem da senhora?
Antes que ela respondesse, uma
beldade morena com um corpo desses de moça que fica segurando a plaquinha de
piloto da stock car passou bem ao meu lado. Torci o pescoço que nem a guria do
O exorcista e então voltei a prestar a tenção no que a velha falava.
- ....angela. Esse é meu nome.
- Então é você mesma, minha
senhora. Vamos. Chegou agora?
- Não, eu to esperando pra...
- Ih, foi mal. A gente deve
ter dormido demais. No caminho eu conto.
- Olha jovem, eu não se quem
você é e eu tenho que esperar...
- Mas eu já disse, sou amigo
do seu neto. Agora vem e não reclama.
Peguei a mão da velha e fui
puxando como dava, a imagem daquelas garrafas não saia da minha cabeça e logo o
gargalo não sairia da minha boca. A velha resistia tanto que um segurança do
aeroporto veio ver o que tava acontecendo. A velha falava que tava sendo
sequestrada, aí chamei ele pro lado e expliquei as condições que ela ficava na
viagem. Liberados, fui até o carro e enfiei a velha dentro dele. Voltei como um
louco na estrada, louco pela bebida que nem tinha percebido como a velhinha
ficou estática com medo que eu batesse o carro, pelo menos ficou quieta o tempo
todo.
Quando chegamos ela não quis
descer do carro, então fui chamar meu amigo. Ele foi correndo receber a avó,
mas aí deu problema.
- Oh Pedro, essa não é a velha
não.
- Como não? Ela é do jeito que
você falou e tudo.
- Eu sei, acho que até eu me
confundiria, mas cara, não é ela..
- Não? O senhora, fala seu
nome pra ele.
A velha já me batendo onde
podia, gritou:
- Rosângela, meu nome é
Rosangela.
Maldita daquela mina gostosa!
No fim, percebi que cometi uma
besteira das grandes, essa velha estava no aeroporto esperando pra viajar, até
por isso tava sem nenhuma bagagem. A outra velha, a certa, tava esperando
dentro de uma sala de companhia aérea, pois tinha ficado agitada depois do voo.
Pra minha sorte consegui voltar a tempo da primeira velha pegar o avião e pude
então trazer de volta a velha certa.
Ainda levei meu amigo e a avó,
que era bem mais legal que a velha pirada da primeira viajem, na casa dos pais
deles. Voltei e entrei na garagem do Cidão, levei a chave de volta pra pia do
banheiro, fui até em casa, catei as garrafas e voltei até o jardim. Senti na
grama ao lado dele.
- Qual que tu quer?
- Sei lá, vamos tomar as duas
agora.
Sugestão feita, sugestão
adotada. Tomamos as duas inteirinhas e desmaiamos ali na grama mesmo. Deixamos
o portão aberto. Acordamos quando passava das seis da tarde. O carro tinha sido
roubado. Cidão nem ligou, disse que tinha seguro, fomos a pé fazer um b.o. e
depois paramos no posto pra aliviar o dia com uma cervejinha.
FUI-ME!!!