Última postagem deste ano de 2012, bom em muitos momentos, não tão bom em outros, mas a gente continua na batalha!
Hoje apenas dois textos para se pensar e refletir, como é de costumes fazermos todo fim de ano.
Espero que aproveitem e até 2013!
A arte de vender o nada!
Desde que o comércio passou a ser a principal fonte geradora de
riquezas de qualquer nação (sim, sem demanda não há oferta, sem oferta não há
necessidade de produção e por aí vamos...), o homem vive se reinventando na
arte de fazer comércio.
Anunciamos às pessoas tudo aquilo que elas não precisam, porém de uma
forma que transforma o produto em algo extremamente necessário e então elas
consomem. Normal, assim caminha o capitalismo, a democracia e os sonhos de
sermos melhores tendo mais coisas que as outras pessoas.
Mas somos tão espertinhos como homens que até mesmo o que não “existe”
como produto, nós conseguimos vender sem nenhum problema. E pensando nisso eu
parei para analisar uma série de “vendas” de coisas que na verdade, se
pensarmos muito bem, não tem lá uma razão que não seja lucrar em cima de todos
para existirem.
No topo da lista estão, claro, nossos bancos e os do mundo inteiro.
Não digo das taxas cobradas para aberturas de contas, a final devemos sim
retribuir a “gentileza” deles por guardarem nossas economias, mas me refiro aos
empréstimos, onde nos é vendido o próprio DINHEIRO, e pagamos de volta pequenos
juros que somados viram uma cobrança absurda. Tudo isso por que compramos um
valor, que na maioria das vezes, com o advento tecnológico, representa apenas
números numa tela, pior, compramos esse dinheiro para pagarmos dívidas já
contraídas em outros locais, ou já pensando nas dívidas que iremos criar. Aqui
também podemos relacionar as instituições de créditos e de cartões de crédito.
Logo abaixo do dinheiro vem algo que todos deveríamos ter de graça: a
FÉ. Porém parece que de alguma forma a imensa maioria de pessoas precisa de
alguém que lhes digas que elas têm fé, por que, por qualquer razão as pessoas
não conseguem ter fé por elas mesmas. Por isso é tão comum as pessoas não
apenas frequentarem seus cultos religiosas, sejam eles quais forem, como também
parecem ávidas por contribuir com sua religião da única forma que realmente
interessa aos seus variados mestres, essa forma é com dinheiro. De certa forma
as pessoas, desde muito tempo diga-se, compram a fé como forma de salvação. Em
algumas denominações compra-se também milagres que salvam vidas ou apenas
despeja-se dinheiro como forma de
agradecimento por uma graça alcançada. Ora essa, se alguém lhe fez bem, não
seria de forma benéfica ajudar uma outra pessoa e não uma instituição que
muitas vezes não informa sequer o destino das “doações” feitas? Pois é, mas o
ser humano, de forma incrível, prefere encher os cofres de igrejas, templos e
outros afins à dar um real a um morador de rua que seja. E quem fica com a
maior parte do dinheiro arrecadado? Pensem e reflitam. Vender fé também é um
bom negócio!
Os seguros de vida sempre me intrigam. Na realidade o produto aqui é o
próprio segurado, que acaba pagando com a vida para que outra pessoa receba o
que ele comprou, ou seja, o dinheiro de novo. Pode-se dizer que é uma espécie
de poupança para os familiares, mas há quem tente “morrer” estando vivo para
aplicar um golpe.
Os livros de auto-ajuda ficam em uma categoria um pouco mais complexa,
alguns realmente são boa literatura, se excluirmos para o que eles se propõe de
fato, mas aqui impera o mesmo raciocínio da religião, as pessoas precisam de
alguém dizendo ou ensinando como elas são fantásticas, do contrário elas não
conseguem descobrir este fato sozinhas.
Caberia aqui tantos outros exemplos de vender o nada, incluindo
aquelas condições da vida que deveríamos prezar por serem reais, como o amor e
a amizade, fidelidade, respeito, etc...
Mas somos aqueles que fazem esse mundo. Somos nós que decidimos pelo
melhor modelo de gerenciamento de pessoas, que aceitamos a regras que criamos
muitas vezes sem querer e que nos deixamos levar por um pensamento social
dominante e, por gerações, burro e incompetente, mas para que modificar o que
já vem sendo feito a milhares de anos, se os outros agüentaram a gente agüenta
também, ou não?
Enquanto houver um comércio para todas as coisas, haverá quem venda de
tudo, mesmo aquilo que de fato não precisa ser vendido, ou pelo menos não tão
explorado na nossa longa forma de dependência em nossa existência neste
Planeta.
---------------------------------------PAUSA DA CORUJA----------------------------------------------
" Se até PUTA falta ao serviço no natal pra ficar com a família, por que tem uns FILHOS DA PUTA que não fazem o mesmo?!"
----------------------------------------FIM DA PAUSA--------------------------------------------------
Dos feitos que não fizemos.
É natural, e não deveria ser, o fator egoísta do homem em relação às
realizações próprias comparadas com as de outras pessoas. Tudo o que uma pessoa
faz sempre será, por ela mesma considerado, um feito melhor e maior que o de
outra pessoa que realizar a mesma proeza.
Não adianta nem discutir, se João
for um desportista e ganhar um campeonato, não importa como, e um dia José
participar e ganhar o mesmo campeonato, ambos dirão que seu feito é maior e
mais complexo que o feito do outro.
É muito comum observarmos isso em
competições como futebol, basquete e outros esportes. Os torcedores mais
fanáticos sempre exaltarão os campeonatos que seus times venceram como sendo o
maior feito entre todos os campeões, tentando sempre menosprezar os rivais que
conseguiram atingir a mesma meta.
É a mesma atitude que podemos ver
nas fases de nossas vidas. Seja numa promoção conseguida no trabalho, na conquista
de um sonho antigo, na pessoa que escolhemos para casar, na casa em que moramos
ou no carro em que andamos. Sim, nossa promoção será a que foi conseguida com
mais esforço, nosso sonho era o mais difícil de atingir, nossa mulher é mais
bonita que a dos outros e também: nossa casa é melhor localizada, nosso carro
tem a pintura da moda, e por aí vai.
Não contentes em sempre acharmos
que a nossa vida é muito mais difícil que a dos outros, e que sempre teremos as
coisas de forma mais sofrida e por isso elas tem que ser valorizadas, enquanto
as outras pessoas conseguem tudo fácil, é de nosso agrado também desfazer
daquilo que não podemos ter. Nos é mais gratificante diminuir os feitos de
nossos semelhantes do que reconhecer os seus valores. Se alguém, por exemplo,
compra um carro, logo aparece outra pessoa que não pode comprar o mesmo carro
criticando a escolha feita pelo amigo ou colega – “Se fosse eu, não teria
comprado esse!”. Normal, somos assim. Mas por que será que não podemos nos
sentir felizes vendo outras pessoas felizes? Qual é afinal a fonte de prazer em
achar que somos melhores que todos, que merecemos mais que os outros e o que
acho mais repulsivo que tudo, por que nos sentimos bem quando vemos alguém se
dando mal?
A vida não me explicou todas essas
questões ainda, mas sinceramente espero nunca sorrir em face de acontecimentos
ruins com as pessoas, menos é claro quando meus amigos levam um tombo. Tá
vendo? É rir da desgraça alheia da mesma forma!
FUI-ME!!!
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