quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Olá pessoas!

O ano não começa muito bem, e não era para ser assim logo na primeira postagem de 2013, mas enquanto não aprendemos a respeitar a todos, a nos vermos como iguais e entendermos que precisamos muito uns dos outros nessa vida, coisas ruins continuarão a acontecer.
Abalado sim, indignado sim, pedindo por justiça sim, mas incrédulo ainda que algo vá mudar. Nos resta a esperança, que não morre de teimosa e continua a nos dar a mão para um amanhã, quem sabe, melhor que o hoje!




                E ficam as comparações......



Fico sempre abalado com algum acontecimento em que alguém perde a vida, mais ainda quando são várias vidas ao mesmo tempo. Levei dias para digerir o onze de setembro, levarei dias para entender Santa Maria e ainda fico indignado ao ler notícias e mais notícias da morte de pessoas em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, etc...

Não são as mortes naturais ou acidentais que me incomodam, são os “assassinatos” que ocorrem todos os dias, parecendo querer fazer parte do nosso cotidiano, que me deixam indignado e triste. Penso muito que poderia ter sido eu ou alguém que eu gosto quem parou numa lanchonete ou padaria à noite para comer um lanche e acaba sendo fuzilado por bandidos, que poderia ser eu ou alguém que gosto que foi confundido com um desses bandidos, que poderia ter sido eu ou alguém que gosto quem saiu para ir se divertir e não voltou mais. Não tento me colocar no lugar daqueles que tiveram suas vidas ceifadas pela selvageria e irresponsabilidades dos outros, apenas não consigo compreender por que tudo parece estar banalizado, e isso me marca profundamente.

Também não entendo as reações das pessoas quando tragédias acontecem. É emocionante e lindo ver a união de todos tentando ajudar as famílias das vítimas em grandes catástrofes, porém sempre me pergunto o por que não fazemos o mesmo quando temos um acontecimento isolado, onde uma ou poucas pessoas são vitimadas? Afinal, pra onde vai nossa solidariedade quando o impacto não é tão grande para a comunidade? Por que esquecemos que o impacto é o mesmo em uma família que perdeu apenas um membro?  Estamos nos perdendo em meio a tanta injustiça ou apenas não nos importamos de verdade?

A resposta está em cada um de nós, em cada uma de nossas atitudes.  Não importa se você arregaça as mangas e tenta consolar aos inconsoláveis, se você sai em passeata exigindo que alguma coisa seja feita ou simplesmente sinta que também perdeu um pouco do Mundo a cada vez que alguém injustamente parte desta Terra. O fato é que de alguma forma você se importa,e se você se importa, sabe como eu me sinto quando essas coisas acontecem.

O que ocorreu naquele clube retrata de forma completa o que é nosso País em todos os aspectos. Ali está mostrado de forma clara e aberta todos os erros que decorrem da nossa “cultura” às avessas do que é certo e errado, do nosso desrespeito com o próximo, da nossa ganância sem limites, entre tantas outras coisas. Temos ali a representação de um lugar que funciona de qualquer jeito, objetivando o lucro e para isso valendo-se da inoperância dos sistemas fiscalizadores e até mesmo da corrupção de agentes que preferem ter um ganho a mais que exercer a função a qual deveria de forma honesta e responsável. O quadro pintado por artistas macabros que agora fazem o tradicional jogo de empurra mostra nossa realidade do dia a dia num Brasil caótico em que todos fingem estar dentro das regras que adoram burlar. O local era inadequado, cheio de falhas, que aceitava superlotação por mais dinheiro, equipamentos de fachada que faziam apenas números, mas não funcionavam. Pessoal totalmente despreparado exercendo um trabalho importante. Comprometimento em regularizar o que fora apontado como irregular em determinado período e que ficou esquecido, por ter que gastar uma grana, por um fiscal que nunca voltou ou que foi comprado ou que por qualquer motivo não tava nem aí. Sumir com evidências importantes. Utilizar de material barato quando há no mercado produtos com maior segurança, porém com um custo mais elevado. E principalmente, deixar de fazer as coisas da forma certa, calculada e verificando-se todos os aspectos importantes (preparo, responsabilidade, segurança, comprometimento, eficácia, etc...) e fazer tudo “nas coxas” como estamos tão acostumados.
Não é incrível com analisar um acontecimento num local de certa forma pequeno, nos mostra o que somos como País? Sim, somos um País irresponsável, do “jeitinho”, do “faz me rir”, do “não é comigo, então dane-se”, do “ depois eu faço”, da deseducação, da lei que não serve para todos, e tantas outras coisas idiotas que possamos pensar. E o pior? Sim, provavelmente veremos o País da impunidade novamente nesse caso.

Não me importa se é um bêbado imbecil que mata inocentes, se são bárbaros traficantes que matam inocentes, se são policiais corruptos que matam inocentes, se é o descaso de sempre do governo que mata inocentes (muito mais que qualquer outra coisa) ou se é um empresário ganancioso que mata inocentes. Vai doer em mim, sempre. Vai doer na sociedade que é boa. Vai doer nas pessoas que acreditam que podemos melhorar.

Quando será que morremos por termos vivido o suficiente, por única e exclusiva responsabilidade nossa (por entupirmos nossas artérias de gorduras, por nos arriscarmos em algum momento estúpido, por acharmos que dava e não deu...), por motivos que valem a pena?

Um milênio de silêncio ainda seria pouco!

Um comentário:

  1. Pessoalmente farei os comentários plausíveis, mas como sempre usou português enxuto, gostei pois você expôs um sentimento nobre e muito generoso! Abraço

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