Serão
as lojas apenas virtuais?
Lembra
quando você queria comprar aquela última novidade, aquele mais recente
lançamento e tinha que ficar dias esperando chegar nas lojas de sua cidade ou
então por estar muito ansioso, acabava indo direto pra capital para poder
adquirir o tal produto?
Pois
é, isso hoje está cada vez mais raro. Não que encontrar o produto disponível
seja raro, mas encontra esse produto em uma loja física está se tornando cada
vez mais difícil.
Se
deixarmos de lado os supermercados onde compramos nossos alimentos e que aqui
no Brasil ainda não oferecem um suporte online como o do Japão, onde você pode
estar pegando o metrô de volta pra casa e já fazer sua lista de compras pelo
celular e ao chegar na sua residência a compra já estará sendo entregue (e você
pode pagar através do próprio celular),
as outras “lojas” passam a ser pequenos depósitos de mercadorias para as
pessoas que ainda não confiam o suficiente para comprar pela internet.
Como
todo bom brasileiro o pessoal aqui gosta de ver, tocar, cheirar, perguntar
muitas vezes sobre o produto e se ficar interessado, finalmente levar pra casa.
Mas tenho reparado que encontrar os produtos na loja da cidade é bem diferente
que encontrar no site da mesma loja, fora o diferencial de preço, que no site
costuma ser mais barato. A explicação para isso, segundo os lojistas, é que o
site não precisa pagar a comissão do vendedor, o produto fica num depósito, não
gasta água, luz ou cafezinho. Talvez por isso cada vez mais os sites são
incrementados e tenham mais promoções que a própria loja, tudo para atrair um
novo tipo de cliente, o virtual. Muito mais cômodo e seguro para ambos os
lados, afinal o comprador pode fazer tudo no conforto do lar ou de uma lan-house e a loja tem o pagamento assegurado, seja por boleto bancário ou mesmo
cartões de crédito, assim a inadimplência cai muito e só enviam o produto após
terem a confirmação do pagamento. Se levarmos em conta que a única desvantagem
é o tempo de espera para receber o que se comprou, em alguns casos dependendo
do site isso pode variar de 3 a 60 dias, todos os demais fatos se tornam
vantagens, você pode escolher uma variedade muito maior de produtos, pode
comparar preços com diversos sites sem se cansar de andar, pode parcelar em
muitas vezes e acompanhar seu pedido, desde o a escolha até a entrega através
do site. Deu problema? Tem algum defeito? Até nisso a compra virtual parece
respeitar mais o consumidor, enquanto que na loja física você terá que seguir a
risca todos os procedimentos chatos até uma troca formal, na loja virtual, pelo
menos na imensa maioria, eles trocam o produto e nem cobram a taxa de envio e
ainda pagam o envio do que você está devolvendo.
Mas
vale a pena migrar definitivamente para a compra virtual? Tomando-se extremo
cuidado com o site escolhido, há alguns piratas por aí, comprar pela internet
parece ficar cada vez mais interessante. Eu mesmo apoio isso, devido ao fato de
ter me deslocado recentemente para um shopping na capital e tentado comprar
alguns produtos que eu já tinha visto anteriormente nos sites das mesmas lojas
em que entrei. Resultado: não encontrei nenhum dos produtos disponíveis em
nenhuma das lojas, obtive a mesma explicação – de que às vezes esses produtos
estão estocados - e reparei que os
preços na loja eram muito superiores aos do anunciados no site.
Voltei
para casa, liguei o computador, escolhi meus itens, fui até a lotérica e paguei
o boleto e agora só me resta esperar a entrega. Não tive opção por que não me
deram uma. Simplesmente fui forçado a comprar online algo que eu preferia
pegar e levar da loja até minha casa. Agora mudei de opinião, eles me venceram.
Afinal nem mesmo no maior supermercado da minha cidade há tantas variedades de
produtos que deveria haver. Virei um comprador virtual e temo que não aja
retorno. Sei quanto eu calço, o número da minha camisa, os jogos que eu gosto,
perfumes e tudo mais. Só fico com uma pequena dúvida em tudo isso: os futuros
compradores, que inevitavelmente se tornarão cada vez mais virtuais, não terão
o prazer de provar alguma coisa antes de comprar, então como saber se vai
gostar do produto?
Bem,
não me espantarei se futuramente existir um tipo de visualização virtual dos
produtos através de algum tipo de tecnologia, mas será possível até mesmo
sentir o cheiro dos perfumes sem catálogos?
Estaremos
em contagem regressiva para extinguir a profissão de vendedor e serão nossas
lojas favoritas transformadas apenas em barracões de estoques?
Não
será hoje, mas o caminho se desenha de forma irreversível para o futuro.
Reuniões
nas praças.,,,
Alguns
bons senhores se reúnem na praça em frente ao meu local de trabalho.
Minha
cidade é histórica e não sei o porquê suas praças são historicamente feias,
feias demais.
Aqueles
“velhos” ficam ali o dia todo, a maioria aposentado, jogando um domino, um
carteado e falando sobre outros tempos sem tirar os olhos dos dias atuais e
também das moças atuais que por ali passam a caminho de casa ou do serviço.
As
praças, outrora símbolos de suas cidades, onde grandes acontecimentos se
iniciavam antes de tomarem a cidade como um todo, ainda guardam um pouco da
magia de antigamente. Alguns casais ainda sentam-se para namorar em seus
bancos, alguns pensadores ainda se perdem por horas observando as árvores e
dando de comer aos pombos e até alguns discursos ainda são feitos, nada se
comparado há tantos tempos antes, onde uma revolução partiria dali para as
ruas, onde as famílias se reuniam aos domingos e a banda tocava. Bons e velhos
tempos que passam, mudam e infelizmente acabam.
Os
protestos hoje partem da internet, os casais se conhecem e namoram nas boates,
os futuros velhos só jogam no computador e as bandas, bem, as bandas tocam nos
carros e a boa música está em extinção.
Não
sei se estou vendo os últimos velhos que se reúnem nas praças, nem sei se eles
vão ali mais por imposição das mulheres que não os aguentam em casa, mas sinto
que mais um tempo está chegando ao fim. Eu provavelmente ainda serei um desses
senhores, se até lá chegar, mas quem será que estará comigo jogando cartas e
jogando conversa fora na praça?
Rumo
à um futuro de isolamentos sociais e relacionamentos pessoais interpessoais
muito em breve seremos meros prolongamentos de nossa própria tecnologia.
Apertem
as mãos e abracem enquanto ainda nos vemos pessoalmente, os dias de uma boa conversa
olhos nos olhos estão esvaindo-se. Mas quem sabe ainda existam apaixonados
pelos tempos de antigamente como eu, e quem sabe passemos isso para frente,
para que as pessoas não parem de se encontrar como a gente e conversar,
discutir, dançar e rir sempre!
A Edite escondeu o dominó hoje...... |
Uma
pausa indignada hoje....
A
um ou dois dias antes do novo papa aterrissar sobre as terras brasileiras,
muitos peregrinos já se encontravam em algumas cidades rumo ao Rio de Janeiro.
Um desses grupos era formado por poloneses e eles estiveram na minha cidade
fazendo um pouco de turismo antes de rumarem para o estado carioca. Nada demais
realmente, se não fossem certas coisas que eu presenciei e, pela primeira vez,
em carne e osso pude perceber o que de fato significa o termo “para inglês
ver”. Os poloneses estavam bem em frente ao meu local de trabalho e acabaram
por entrar no estabelecimento, todos muito sorridentes e simpáticos. Compraram
algumas coisas e conversaram um pouco comigo, falamos em inglês naturalmente,
pois quando eles falavam em polonês eu entendia grego. Explicaram que tinham
chego até a cidade e daqui iriam para Ponta Grossa, depois para Angra dos Reis
e finalmente para o Rio. Perguntaram se eu me lembrava de João Paulo II, até
por que ele era polonês. Foi uma boa conversa e uma das atitudes que vi por
parte deles me deixou feliz: compraram comida e alguns itens básicos para um
sem teto que ainda dormia na rua, num frio do caramba, logo de manhã cedo.
Aproximaram-se devagar e através de gestos ofereceram as coisas. O senhor ficou
muito assustado no começo e agradeceu muito depois, infelizmente o mesmo acabou
fazendo da rua uma lixeira gigante com as coisas que lhe foram dadas,
contrastando com o lindo feito dos peregrinos. Ta. Mas o que me deixou
indignado então? Simples. Para acompanhar os peregrinos pela cidade, foram
destacadas três viaturas da polícia militar, cada uma apenas com o motorista da
polícia e mais quatro motos da mesma polícia, além de alguns guardas
municipais, ou seja, para garantir a segurança de 40 turistas numa cidade de
médio porte, foi necessário deslocar uma grande parte da frota de segurança
dessa cidade. Pior, eles tinham um guia turístico e um ônibus da empresa
contratada, então por que precisavam de tanta proteção? Fora isso, ainda houve
a cena em que a polícia simplesmente fechou toda uma rua na hora em que os
peregrinos precisaram entrar no ônibus para prosseguir viajem. Que maravilha! O
legal é que eles voltam para a Polônia e pensam: nossa no Brasil até a polícia
fecha a rua quando as pessoas vão “subir” nos ônibus para terem mais segurança.
Enquanto aqui nós sabemos que na realidade, muitas vezes, quando se precisa de
uma viatura da polícia, você liga várias vezes e eles nem aparecem. Não sei de
quem partiu a ordem, e eu sei que tem que se obedecer, mas hoje eu sei que o
“pra inglês ver” existe de fato e não é só apenas uma expressão midiática.
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A SABEDORIA DA CORUJA
Jairlindo
casou-se quatro vezes!
No
primeiro casamento, dizem, Jairlindo e sua mulehr eram muito novos, coisa do
pessoal do sítio que se conhece e acaba se entrelaçando muito cedo, ambos
tinham 16 anos, nada conheciam da difícil vida de adultos, mas já sabiam amar.
E amaram. Até que Jairlindo descobriu que a mulher o traía com seu primo
Anatole.
Desilusão,
fim do amor, separação.
Jairlindo
foi morar na cidade. Uma pequena, onde conheceu Jeorgina, moça simples que
trabalhava na quitanda do pai. Conheceram, se apaixonaram, casaram. Os dois
tinham 25 anos. Dessa vez parecia que a
coisa ia ser pra sempre, mas pra sempre tem uma teimosia de ser interrompido
com uma certa facilidade e um ano depois Jairlindo descobriu que sua esposa o
traía com o rapaz mais novo que fazia entrega de verduras na quitanda da
mulher. Outra desilusão, mais um fim de romance, mais uma separação.
Jairlindo
então foi-se para a capital, cidade grande, trabalhou muito e enriqueceu e aos
53 anos conheceu Rute, mulher decidida, já não tão nova, 42 anos e responsável.
Tudo pra dar certo. Conheceram, amaram, casaram.
Fizeram
muito em 5 anos, aumentaram a renda do casal até o teto. Jairlindo sorria
novamente, mas sorrisos acabam amarelando. Rute traiu Jairlindo com o um dos
sócios da empresa, mais velho e mais rico, pegou sua metade e se foi. Outra vez
ele se desiludiu, parou de amar e voltou a se separar.
Então
com seus 78 anos Jairlindo prometeu jamais casar novamente, mas o mundo prega
peça no coração de toda gente e Jairlindo apaixonou-se pela recepcionista do
Hospital em que ele fazia Check-up todo ano. Aquele velho coração então estava
apaixonado, de novo, logo se conheceram, se amaram e sim, casaram. Era mais nova; nova demais, 35 anos e com tudo
em cima, já o marido lutava com a gravidade há muito tempo.
Jairlindo
já não esperava muito do casamento e sabia que em algum momento tudo ruiria,
assim já se preparava para a má notícia, e quem espera ou alcança ou é
alcançado e novamente a flecha com veneno tinha o endereço anotado. Jairlindo
descobrira que sua nova e muito nova mulher o traía com outros 3 médicos da
clínica. Ela também pegou uma metade e saiu pela porta. A velha desilusão voltou
a acompanhá-lo, o amor voltou a abandoná-lo e a separação a contemplá-lo.
Com a idade mais avançada, sozinho e sem
acreditar em tanta má sorte, Jairlindo nunca entendera o porque sempre fora
trocado. Porém num dia desses, num sonho, tudo fora reveledo: Ainda na barriga
da mãe, viu que a mesma conversava com a vizinha, também grávida, e planejaram
as duas que se dali nascessem um menino e uma menina, os dois já estariam
prometidamente casados, como os matutos gostavam de fazer naqueles tempos. E
assim a promessa fora mantida, até que um dia sua mão pegou a vizinha fazendo a
mesma promessa para dona Matilda, outra grávida, vizinha do outro lado. Tudo
acabado, a promessa e a amizade. Pobre Jairlindo, trazia sua sina antes mesmo
de tenra idade.
Sabedoria:
Tem gente que já nasce chifrado!
FUI-ME!!!
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