Hoje venho apenas com pequenos contos tirados da minha mente saudável, ou pelo menos eu acho que ela permanece saudável. Todos podem ser pura ficção ou não, afinal uma ou duas histórias abaixo realmente podem ter acontecido, ao menos eu tenho quase certeza de que podem.
Divirtam-se e deixem a mente viajar literalmente!
MINHAS 4 MORTES
Meus sonhos são tão estranhos às vezes que me dão idéias
para escrever diversas linhas, e foi assim que fiz meu primeiro livro que um
dia, quem sabe, seja publicado. Esses dias, achei que mais um de meus sonhos
merecia uma descrição, mesmo que breve, em algum lugar e aqui é o espaço ideal.
Sonhei eu que era quatro pessoas diferentes. Três delas
viviam numa época pós guerra e a quarta era a reencarnação de um delas que viva
a bons anos à frente.
Foi estranho por que eu era ao mesmo tempo um soldado que
lutou na guerra e voltava pra casa, a mulher desse soldado, o melhor amigo do
soldado que ficara fora da guerra e mais tarde era um jovem que vivia na mesma
região anos mais tarde.
O caso se deu de maneira simples, porém confusa na minha
cabeça. O jovem conheceu a mocinha, ou seja, eu conheci a mim. Se apaixonaram
(apaixonei-me por mim mesmo) e casaram. Nesses tempos eu tinha um melhor amigo,
que era eu, mas era outro cara, desde infância. Quando veio a guerra, fui
chamado e tive que deixar para trás minha mulher e então pedi que meu melhor
amigo tomasse conta dela (eu pedi para mim tomar conta de mim). Fui para a
guerra e nesse meio tempo, passado dois anos, minha mulher acabou se
apaixonando pelo meu melhor amigo e os dois ficaram juntos (nesse caso eu me
trai duplamente comigo). Ao voltar da guerra surpreendo os dois por ainda estar
vivo e quando me contam o caos eu fico enfurecido.
Daí para frente só penso em como me vingar dos dois e passo
a observar seus comportamentos todos os dias, tramando então o que eu faria
para desgraçá-los. Percebo que o meu antigo amigo tem o hábito de andar pelo
quintal de sua casa todas as tardes, e tenho uma ideia, colocar ali uma mina
terrestre trazida da guerra para mata-lo.
Espero a noite chegar e enterro a mina num local qualquer do
terreno. Vou embora e espero os dias passarem e ele pisar na mina.
Os dias passam e não vem a notícia que tanto espero, que o
maldito tenha morrido. Dois anos depois e nada ainda, eu não conseguia me matar
de forma alguma. Cansado de esperar e ainda guardando todas as mágoas do
universo, pego uma arma, invado a residência e mato o s dois.
Na época meu crime é dado como crime de honra e me deixam
solto, vivo solitário por vários anos até que morro de desgosto.
A casa onde ocorreu minha vingança fica fazia por algumas
décadas, quando então uma família vem a morar nela novamente. Entre a família
estou eu novamente, sendo uma reencarnação do soldado traído e vingativo, nessa
época sou um jovem rapaz que fica um pouco triste às vezes sem motivo aparente.
Quando vamos morar nessa casa, começo a passar um longo
período vagando pelo enorme quintal todos os dias, até que um dia eu piso na
mina que eu mesmo tinha enterrado ali no passado e acabo morrendo.
No geral da história eu matei eu mesmo três vezes, fui
traído pela mulher e melhor amigo e assassinei um inocente que era culpado.
Se achou isso louco, espere um dia eu contar como foi beijar
a mim mesmo no sonho....
O JUIZ
Dizia-se na pequena comunidade de Alandrópolis, que o Juiz
era homem de rabo preso com alguns conhecidos criminosos e políticos. Juiz
Romeu. Tomava as mais espantosas decisões sobre os casos em que os desfechos
pareciam óbvios, porém com ele tudo virava às avessas. Entre os mais notórios
casos, houve a vez em que Vossa Excelência teria mandado prender a vaquinha de
seu Josias por a mesma ter sido atropelada em seu pasto por um mal feitor da
cidade que estava bêbado ao volante. Josias foi à justiça exigir que o beberrão
pagasse as custas veterinárias, mas o Juiz rabo preso deu a sentença: tentativa
de homicídio de cidadão honesto da cidade. Vaca presa no canil da prefeitura
por seis meses.
Mas a mais fantástica
decisão do comentado Juiz se deu num caso de assassinato real. Um vereador,
provavelmente um dos mais ladrões da câmara e já mais do que rico, matou a
sangue frio um amante de sua amante. Tal era a cara de pau do vereador que o
mesmo sequer quis fugir do local do crime, empunhando então a arma como um
troféu.
Foi preso em flagrante, solto pelo Juiz para esperar o
julgamento em liberdade, já que não oferecia “risco algum” à comunidade e para
espanto de alguns moradores o vereador nem sumiu, ficou até o dia do julgamento
morando no mesmo endereço.
Chegado o tão aguardado dia, o julgamento seria simples e
dispensava júri popular, afinal não havia dúvidas sobre o acontecimento.
Acusação e defesa foram ouvidas, o Juiz recolheu-se para sua sala privada por
alguns momentos e então voltou a sentar-se na mesa mais alta da sala, olhou
para o acusado que discretamente piscou-lhe um dos olhos e deferiu a
sentença... A favor do réu.
Para revolta geral não apenas o Juiz inocentou o mal fadado
vereador, como também colocou a culpa para cima do amante assassinado, tendo
dado o caso como legítima defesa em circunstancias heroicas, onde o réu teve
que entrar em combate corporal com o outro, tirou-lhe a arma e então desferiu o
tiro fatal, o único detalhe é que o outro fora morto em cima da cama, nu e com
cinco tiros fatais.
Todos perplexos na sala de julgamento, sem reação alguma que
não a de felicidade do vereador,o Juiz ainda trava o seguinte diálogo com o
promotor:
- Que seja feita a vontade da lei, que o vereador tenha sua
vida de homem comum restituída e que o verdadeiro réu seja levado direto para a
cadeia onde aguardará julgamento.
- Mas Vossa Excelência, o outro rapaz está morto!
- Pois então que o corpo do mal feitor seja colocado dentro
da cela para que sirva de exemplo para os demais presos por ato tão covarde
contra tão famosa figura pública de nossa sociedade...
- Sim Vossa Excelência, porém há um pequeno problema, ele já
foi enterrado à quatro meses atrás...
- Ora essa, o que
estão esperando, exumem logo o corpo...
E assim foi mais um dos loucos julgamentos do Juiz Romeu,
mais um de tantos outros tão malucos quanto.
------------------------------------------------PAUSA--------------------------------------------------
No nosso dia a dia, pequenas coisas já são tão comuns que nem paramos para imaginar de onde surgiram ou que teve a ideia para que elas existissem como são hoje. Menos eu é claro que sou curioso por natureza, por isso hoje vamos a uma breve lição do surgimento da haste flexível com algodão. O famoso cotonete foi inventado por um soldado polonês, Leo Gersternzang, naturalizado americano que lutou na primeira guerra mundial e serviu a Cruz Vermelha na Europa. Logo depois fundou uma empresa de produtos para bebês e observando a esposa limpando os ouvidos de sua filha com um pouco de algodão presa a uma um palito de dentes (quem foi pobre sabe o que é isso) teve a ideia de tornar isso um produto. Isso em 1922, por um longo período as hastes eram de madeira mesmo, só foram substituídas por plástico em 1963.
Para mais do mesmo: http://mundoestranho.abril.com.br/materia/quem-inventou-o-cotonete
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O PESCADOR
Na cidade litorânea onde moro, muitos moradores gostam de
pescar, seja apenas por esporte e passa tempo, seja também para prover um bom
almoço ou janta em casa. Eu particularmente não aderi à prática pela poluição
de nossa encosta, devido ao trânsito de grandes navios e também de pequenas
embarcações, sem ainda contar com o destino final de grande parte ainda de
nosso esgoto.
Mas seu João adorava ir pescar.
Saia de casa sendo, por que a mulher vivia enchendo-lhe a
paciência, pegava sua vara, linha, anzol, boia, chumbadinha e alguma isca e
partia para os trapiches.
Nunca voltava com nenhum peixe para casa, apesar da mulher
sempre pedir-lhe que gostaria de ver se ele realmente conseguia pescar alguma
coisa, até por que ela sabia muito bem que se João não saísse pescar, o safado
iria acabar o dia inteiro bebendo em algum bar e seu João era bebedor dos bons.
Para não haver conflito com a família, seu João adotou a
pescaria como passatempo diário e assim todos os deixavam em paz.
Dias desses saí para pescar com seu João. Acordamos cedo,
pegamos as tralhas e antes de pararmos no trapiche, João parou no mercado,
comprou algumas cervejas, colocou em um isopor cheio de gelo e só então fomos
de fato pescar.
João armou tudo, lançou a linha e sentou-se na beira, puxou
o isopor e pegou a primeira cerveja. Fiz o mesmo, mas sem cerveja.
Passei horas a fio sem nenhum beliscão no anzol, enquanto o
João puxava peixe e mais peixe do mar.
Porém, toda vez que pegava o peixe, seu João tirava do anzol
e jogava na água de novo.
Ao final do dia eu tive que perguntar:
- Seu João, por que joga o peixe de volta na água? Não ta no
tamanho certo?
- Que nada rapaz, os peixes são de bom tamanho sim.
- E por que não leva pra casa pra mostrar?
- Mas que mal me fizeram os peixes? Eu nem venho aqui pra
pescar, mas era a única forma de poder beber o dia inteiro sem ninguém ficar me
criticando, por isso quando pego um peixe eu logo devolvo ele pra água, abro
mais uma cerveja e sigo feliz, eu e os peixes.
- Sobrou cerveja aí seu João?
SALIM VAI ÀS COMPRAS
Tarde dessas, seu Salim foi para o centro da cidade para
comprar duas coisas: uma televisão nova para a sala e veneno para ratos para
por no quintal.
Quando voltou, Salim trazia consigo uma enorme televisão de
cinqüenta polegadas e um cachorro.
A mulher não entendeu nada, afinal Salim era tão pão duro
que diziam que ele não iria morrer nunca só para não gastar com o enterro.
A mulher se aproximou e perguntou:
- Salim, pra que o cachorro?
- Salim muito experta, muito experta. Salim foi compra a
veneno da rato, mas aí amiga de Salim ter essa cachorro que ficou feliz em dar
pra Salim, cachorro vai ficar na quintal para espantar as rato.
Olhando mais de perto a mulher do Salim percebeu que o
animal já estava velhinho e cego de um olho, quase não se aguentava em pé:
- Mas Salim, esse animal está quase morrendo...
- Melhor ainda pra Salim, animal já quase virando esquina da
vida, mas a rato não saber disso e fugir com medo. Cachorro também tão mal que
pouco come, Salim assim economiza no ração.
Meio brava, mas sabendo que o marido se dava a esperto e acostumada
com a vida "pão durística", a mulher do Salim pega a televisão e instala na sala,
ela sabia que ele não iria pagar alguém pra fazer isso mesmo. Fica feliz em ver
que pelo menos o marido havia gasto um pouco de dinheiro com uma televisão tão
grande, mas quando liga a televisão fica um pouco espantada:
- Salim, venha aqui correndo.
- O que foi esposa de Salim?
- Veja, tem algo errado com a TV, a imagem da tela só pega
pela metade.
- Non tem nada de errada com o TV, mulher de Salim.
- Tem sim, olha, só metade da tela aparece a imagem, na
outra fica escura.
- Salim sabe.
- E por que comprou a TV com defeito?
- E como mulher de Salim achar que Salim iria comrpar TV
grande com 50% de desconta do loja?
Salim acorda tarde para que o café da manhã também seja o
almoço e dorme cedo para não tomar café da noite depois da janta!
FUI-ME!!!
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