Não quero falar de copo do mundo, mas para constar ficarei feliz se o Brasil ganhar ou mesmo a Holanda, seja como for não entro nesse assunto por que me divido entre amar futebol e também detestar o rumo administrativo da nossa nação. Então prefiro falar sobre o que eu acho que entendo, mesmo sabendo que sei tão pouco sobre tudo.
Boa Leitura!
Das ESCOLHAS
A vida é feita de escolhas!
Bom, quase todo mundo ouve ou diz
isso ao menos algumas vezes na vida, e até parece ser mesmo verdade.
Mas não é!
Resolvi fazer um pequeno
exercício lógico de pensamento e tentar entender como as minhas escolhas fazem
eu ser eu. E acabei aprendendo que não fui eu que me fiz e nem mesmos as
escolhas que eu optei que me fizeram, a maior parte do meu eu veio daquilo que
não pude escolher e isso é fácil de demonstrar.
Minha vida começou sendo definida
pelo meu dia de nascimento, isso teve relação direta com o período em que fui
concebido e eu não escolhi o dia. Tão pouco acho que escolhi meu sexo, calhei
de ser um espermatozoide Y, se fosse X a história teria mudado um pouco, mas
foi essa minha metade Y que chegou primeiro e então vim menino. Não escolhi o
País, Estado ou cidade que iria nascer também
Não escolhi meu nome, gosto muito
dele, mas ele me foi dado de presente. Não escolhi, ao menos no início nas
coisas que iria acreditar, mais especificamente, a religião que iria seguir,
apenas aprendi desde cedo o que todo o resto da minha família acreditava, então
acreditei também. Não escolhi a língua que eu queria aprender a falar, copiei
dos meus pais. Não escolhi as cidades as quais fui morar por grande parte da
vida em que se é dependente de outras pessoas, apenas ia.
Tentei escolher amigos e
namoradas, mas percebi que também precisava ser escolhido, logo não era apenas
uma decisão minha. Com os amigos eu tive sorte, afinal amigo, na maioria das
vezes é afinidade, mas namorar, bem, namorar você sempre quer aquele alguém e
na maioria das vezes aquele alguém não quer, a coisa não bate e a escolha não
dá certo. Mas um dia você conhece alguém, que talvez nem tenha escolhido, mas
acaba sendo a melhor coisa do mundo.
As escolas em que estudei, também
não escolhi, não reclamo, todas excelentes, mas sempre eram aquelas que a
cidade diziam ser as melhores. Coisas de pais preocupados realmente com a
educação. Matar aula também não dava pra escolher, se pegavam a gente era encrenca.
Tentei escolher um esporte legal para praticar, no final eu sou ruim em tudo e
nenhuma escolha deu certo.
Tentei escolher um valor musical,
mas isso não se escolhe, parece que, como no esporte, você nasce com... vai
saber!
O serviço então, se você pudesse
escolher de verdade, rapaz, você escolheria muito bem, mas às vezes tem que se
agarrar ao que aparece, ainda mais em nosso amado capitalismo burro.
Aí você junta dinheiro para
comprar um carro, talvez uma casa, quem sabe. Então você quer escolher, mas não
é o que você quer escolher é o que você poderá escolher, explicando, você não
pode escolher aquela mansão, mas pode escolher entre a casa lá na curva ou a
outra perto da serra.
De repente eu entendo que há
pouca coisa que eu realmente escolho nessa vida, de certa forma, de alguma
maneira, parece que todas as decisões vem prontas, são entregues para todos nós
sem que possamos perceber isso e quanto mais tentamos nos enganar que estamos
escolhendo de fato o ruma da nossa vida, ela na verdade já foi escolhida por
todos os outros antes de nós.
Mas eu entendi que tem um jeito
de escolher a vida.
Pra isso basta ter um filho, a
vida de escolhas não será exatamente a sua, mas de certa forma essas escolhas
transformarão os caminhos de alguém muito importante para você.
Por favor, escolha certo!
Das MANIAS
Abaixo estão minhas manias
inexplicáveis que nem mesmo eu sei por que as tenho e acreditem, não consigo em
ver livre disso, quais seriam as suas?
1 - Nunca,
mas nunca mesmo bebo qualquer conteúdo de qualquer coisa até seu fim, se eu
estiver tomando uma garrafinha de água eu a jogarei fora quando restar um pouquinho
no fundo. E isso é com tudo o que eu bebo.
2 - Eu
sempre olho para a rua quando desço do carro para ver se não derrubei a minha
carteira no chão, na imaginação de que eu irei derrubar ela um dia e alguém vai
acabar pegando.
3 - Eu
faço um joguinho mental de trânsito na minha cabeça. Sempre começo a semana com
20 pontos e a cada coisa errada que eu faça, tipo um acurva aberta que fiz
muito fechada, passar no sinal amarelo, entre outras coisas, eu tiro um ponto.
Na maioria das vezes eu termino no azul.
4 - Eu
não uso escovas ou pente de cabelo. Não penteio o cabelo mesmo!
5 - Odeio
chinelos.
6 - Se
eu vir qualquer coisa que seja quadriculada eu automaticamente começo a contar
quantos quadrados tem essa coisa. Por hoje é só!
Agora pense nas suas.
-------------------------------------FIM DA PAUSA----------------------------------------------
Dos CLIENTES
Trabalho com pessoas. Não apenas
com elas, mas para elas. Não lido com suas particularidade, mas tenho parte,
uma pequena parte, em suas vidas e elas nas minhas.
Por trabalhar com algo
relacionado à saúde, fica claro que muitas pessoas não se interessam com o que
acontece no momento em que vivem. Percebe-se que elas sempre estão com seus
pensamentos totalmente desconectados do que está se passando, adiantando-se a
acontecimentos que ainda não vieram e infelizmente deixando passar uma parte
importante da sua integridade. E é aqui que eu me estresso expressamente, todos
os dias.
Eu penso ser quase inútil atender
uma pessoa que sequer passou informações necessárias ao seu médico para depois
buscar um produto que irá ajudar ou não a melhorar sua condição. Eu acredito que
a maioria das pessoas sequer ouvem o que seus médicos dizem ou então nem mesmo
relatam todas as coisas inerentes ao que estão sentido para uma análise mais
perfeita.
E o desligamento das pessoas é facilmente caracterizado com o número de vezes que elas perguntam
as mesmas coisas. Elas não ouvem o que você fala, elas ouvem o que elas querem
e então perguntam algo novamente quando esse algo não estava na ordem mental
que elas planejam enquanto falam com você, elas perguntam como se usa enquanto
pensam no que usarão à noite para sair. É cansativo, é estressante pelo simples
fato de que são muitos assim, mas ainda bem que há exceções. E são três dessas exceções
que eu quero falar, só por curiosidade. Claro que não direi o nome de qualquer
um deles, mas tenho certeza de que se eles pudessem ler isto, no sentido de
algum dia terem acesso ao que aqui foi escrito, eles com certeza saberiam que
são deles que falo. Então vamos a eles:
É um assalto! Um dos meus
clientes que me animam a atender é um senhor aposentado, na verdade dois deles
são aposentados. Ele sempre chega com sua bicicleta e dia a mesma frase, todas
as vezes. Se há mais clientes na loja, eles se assustam no início, mas a frase é
dita com uma complementação: É uma assalto, vocês sempre me assaltam quando
venho aqui. O que mais gosto nele é que nunca aceita qualquer opinião minha do
que comprar e toda vez que volta por que algo que levou não funcionou ele diz
que fui eu quem indicou, mas tudo na boa brincadeira e pacificidade.
Seu menino! Essa é a frase de um
cliente que alguém que os conhecedores de culturas africanas facilmente chamariam
de preto velho imediatamente quando o vissem. Mas é uma tarde de boas conversas
sobre os tempos passados que se dão quase sem interrupções, é como se ele
escolhesse os dias certos para aparecer. Poder conversar com alguém que vive na
nossa cidade há tantos anos é uma experiência espantosa, saber como se faziam
as coisas antigamente, onde era o que e como o povo se comportava é poder
traçar um parâmetro com os dias atuais e sentir saudades de um momento que nunca
vivi. Confesso que fico preocupado quando se passam muitos dias sem que ele
apareça, pelo idade sempre penso na obviedade da vida, mas isso só me deixa
mais feliz quando ele aparece.
Dexametasona! Essa é muito
singular. Ela não nasceu aqui, ela é do Rio. Ela fala como eles falam lá. Mas ela
é extremamente enérgica e extremamente alérgica. Nossas conversas giram em
torno da incapacidade alheia, sem nomear qualquer pessoa, mas a nossa espantosa
coincidência em enxergar nas coisas simples as grandes complexidades da vida. Concordamos
que a dexametasona é uma das melhores descobertas já feitas também. Confesso que
seus relatos sobre a falta de interesse do pessoal de onde ela trabalha são
engraçadas. E o mais interessante é ver que ela até poderia, mas não tem carro,
ao invés disso pega táxis. Poderia pegar ônibus, mas segundo ela teriam que ser
dois, e fora isso tem todas as inúmeras partículas de tudo que compões o mundo
que ela entraria em contato e pela sua lista ela é alérgica a quase todas.
Todos eles tem em comum algo que para
mim caracteriza os melhores clientes a serem atendidos por qualquer área de
atuação, é que eles não estão indo lá apenas para adquirir um produto, eles
estão indo lá para de fato socializarem com outras pessoas e isso é algo pelo
qual eu nunca terei troco suficiente para oferecer.
Obrigado!
Do TANGÍVEL AO INTANGÍVEL
Talvez nem tudo que pensamos ser
algo real de fato exista.
De um certo ponto metafísico, é
muito mais fácil entender o mundo, pois o mundo sustenta-se em ideias e ideais
com seus propósitos muito bem definidos e suas funções totalmente articuladas e
postas em operação.
O que poderia ser algo palpável é
inteiramente imaginário, é lançado no mundo das ideais perfeitas, mas nunca
poderá se tornar realidade. Difícil de entender?
Eu também acho, mas é muito
simples de se colocar em uma perspectiva totalmente verdadeira e
autoexplicativa. Imaginemos o sistema financeiro e seu propósito, no mais
simples plano esse propósito é muito básico, a maioria não tirará proveito dele
e uma minoria selecionada irá vive-lo em toda a sua intensidade. Peguemos o
objeto mais claro desse sistema, e o mais desejado, o dinheiro. É ele que
achamos que temos direito, mas que na verdade nos é dado para que seja
devolvido a quem nos deu, porém nunca teremos que devolver a mesma quantia que
pegamos, sempre será uma porcentagem a mais. Só tem um problema, você não
recebe a porcentagem a mais, nunca! Então nunca termina de devolver o que você
não ganhou. Mas não é aqui que o exemplo tem que se fixar e sim no fato de
sabermos que o dinheiro existe e sabermos que podemos tocá-lo, senti-lo ou ao
menos vê-lo, assim você tem a prova de que ele existe, mas num mundo tão irreal
quanto possível, todo o dinheiro jamais existirá. Como? Simples, se todos os
cidadãos que tem números nos bancos que representam o seu dinheiro, quisessem
retirar esses valores demonstrativos em dinheiro real ao mesmo tempo, no mundo
todo, isso seria praticamente impossível, afinal não existem moedas fabricadas
e que podem ser fabricadas para atender uma demanda mundial por dinheiro em sua
forma física, apenas a forma virtual é possível. Por isso o nosso exemplo é o
algo material mais imaterial que existe.
Não só no dinheiro vive nossa
realidade falha, há tantos outros pontos que apenas vagueiam em nossa limitada
mente que poderia ser listado um bom número de casos onde os ideais pessoais
tomam as ideias da mente como soluções para a compreensão daquilo que jamais
existirá por completo, mas que fará parte das nossas vidas da mesma forma que os
objetos concretos fazem.
Mas também conseguimos, através
das enganações tipificadas, transformas o que apenas imaginamos naquilo que
tocamos. Podemos não ter como pegar o amor, mas muitos nos dizem que é possível
demonstrá-lo, com atitudes, mas principalmente com presentes. Quando passamos
aos presentes a intangibilidade do amor, tornamos um sentimento surreal em algo
real e nem percebemos que caímos nas armadilhas idealizadas pelos outros, os
que comandam o que aprendemos, o que compramos e o que vivemos. Não que todos
os comandantes da vida tenham plena consciência de que fazem isso, eles apenas
seguem a doutrina que foi passada de geração em geração por incontáveis
séculos. Eles apenas utilizam o que sempre deu certo e o que sempre dará para
continuar o ciclo da vida. Um ciclo que só pode ser interrompido com a visão
real do mundo que vivemos, mas essa visão sempre será ofuscada pela mentira que
contamos a nós mesmos todos os dias e nem nos damos conta disso.
O que de fato existe e de tudo o
que não existe, mas achamos que existe e nos dá sustentação para entender o
mundo, fica sempre, ou quase sempre, a impressão de que nos falta algo, de que
precisamos nos completar para nos sentirmos inteiros. A grande questão é que
vivemos nos completando com o que os outros dizem que existe e pior: não há
anda que exista que não tenha sido imaginado antes, pensado antes até finalmente
ser entendido. A única coisa que pode nos completar então, é fazer das nossas
fantasias realidade, mas nem toda a fantasia pode ser vivida sozinha ou ser
original, afinal alguém sempre chega no final feliz antes de outra pessoa. Mas
não fiquemos tão levianos, há ainda os que nem chegam no final, por que, no
fim, o final também é um começo.
FUI-ME!!!
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