quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Uma armadilha, uma ficção e um avião!

Olá pessoas!

Dessa vez as postagens assumem um caráter mais profundo. Os textos são um pouco mais complexos, até podem ser chatos, mas como a proposta do meu blog é ser um lugar para que meus pensamentos não vivam apenas limitados pela mina mente, seria desconexo eu não colocá-los aqui. Confesso que gostei da linha iniciada no post anterior e resolvi tornar "Conversa de Vampiro" uma coluna de pensamento fixo. Há também um pequeno roteiro de uma cena de ficção que não poderia ser utilizada em qualquer filme que curti muito fazer e também fecho a postagem com um texto produzido para o Facebook e já lá colocado anteriormente que precisa ser preservado. Espero que os poucos que lerem acabem gostando.



Conversa de Vampiro:


Armadilha

- Como assim não conseguimos escapar das prisões que nós mesmos construímos?

- Por que, em geral, não fazemos prisões para que sejamos nós a ficarmos detidos nelas. Fazemos isso para todas as outras pessoas, aquelas pelas quais nos sentimos ameaçados. Logo é fácil entender que iremos projetar o local mais inescapável para colocar todos os que nos ameaçam ou nos fazem mal. Mas na humanidade há algo pior que uma prisão bem elaborada. A armadilha psicológica é uma das armas de amargura mais mortal para o homem.

- Uma armadilha? Que perigo pode oferecer uma armadilha, ainda mais se ela não é física?

- Humano tolo. Uma armadilha que existe em sua mente pode afetar seu fraco físico, uma vez que o cérebro sempre irá comandar todas as suas funções vitais. Mas deixemos a fisiologia de lado e nos concentremos no lado psicológico. Por razão, uma armadilha é um artificio para apanhar uma caça, um logro astucioso ou uma cilada. Nesse caso uma cilada mental. O que é interessante numa armadilha criada por alguém é que, para esse alguém, ela é algo perfeito. Tão perfeito que quem quer que nela seja apanhado, jamais irá conseguir fugir. O que reles humanos se esquecem é que muitas vezes as vítimas de suas armadilhas tendem a pensar de forma diferente deles, e uma forma diferente de pensar pode dar uma resposta solucionável a algo que antes parecia sem solução. Há sempre uma forma diferente de entender uma mesma coisa se pensado por diferentes mentes. Nem sempre algo que pareça definitivo para um será para outro, logo, uma armadilha bem pensada por um pode se tornar apenas um contratempo para um outro.

- Então é possível sempre escapar das armadilhas, sejam físicas ou mentais.

- Físicas, desde que não levem à morte imediato do capturado, talvez. Mas as mentais geralmente são armadilhas criadas por uma pessoa onde a vítima é ela mesma. E como eu disse, se o criador da armadilha julga que ela é perfeita, ele entende que a seu modo não há como sair dela. Se ele mesmo cai nessa armadilha, ele sozinho não irá conseguir sair dela, pois assim ele concebeu para si mesmo.

- E estaríamos fadados a ficarmos presos eternamente nesse tipo de armadilha?

- Um humano limitado sempre estará sujeito a se prender pelo resto de sua vida insignificante por alguma armadilha mental que criar, mas nunca eternamente, o termo para os homens é “mortal”. Mas há uma maneira de se escapar dessas armadilhas.
- Qual?

- Você me aborrece com a sua falta de sabedoria, às vezes. Ora, se o seu modo de pensar o limita a entender que a sua armadilha é perfeita para você e que não haverá modo de você sair dela, apenas com um modo diferente de pensar você poderá se libertar de algo que você mesmo criou. Pedir ajuda a outras mentes é o necessário para se escapar das armadilhas perfeitas de uma única mente, pois como eu disse, maneiras diferentes de enxergar um objeto oferecem intermináveis caminhos de se entendê-los. Mas em geral o orgulho humano detém a maioria dos homens na hora de pedir ajuda aos outros. Vocês sempre se consideram autossuficientes e acham eu podem sair de qualquer problema sozinhos.
- Então tudo o que eu preciso é a ajuda de outras pessoas?

- Você sairia mais facilmente de um poço profundo se alguém lhe jogasse uma corda ou se tentasse escalar as paredes dele sozinho? A resposta não é apenas óbvia, mas também muito pouco aceita pela maioria de vocês.

- Armadilhas de orgulho...

- Armadilhas extensas. Vocês podem se prender por paixões, por drogas, por vaidade, por ambição, por inveja, por obsessão, por crenças, por ódio, enfim, tantas podem ser essas armadilhas que é de admirar o ser humano que um dia não cai em uma delas.

- E como não cair em uma delas?

- Só uma mente muito bem preparada pode reconhecer uma armadilha que ela mesmo fabrica e não acabar presa nela. Mas convenhamos, vocês humanos não querem que as pessoas tenham mentes abertas. Isso prejudica a forma como fazem as coisas nesse mundo. Preferem gerar o caos que julgam poder controlar que oferecer a ordem que o conhecimento pode trazer. Humanos, sempre lutando para congelar no tempo que evoluir. Agora chega desse assunto.

- Um pouco de vinho?


- Acho que no momento prefiro algo mais quente!



--------------------------------------------------------PAUSA-------------------------------------------------------------
Você sabia?

Você sabia que ler um texto
 Acompanhado de uma bebida que lhe agrada,
  Como um café acompanhado de torrada,
   Torna a ação uma ato prazeroso  
E faz, mesmo que por associação,
 Essa arte se encher de emoção,
  E devagar você irá perceber,
   Que como o café, isso é também gostoso
O ato de ler!
E tudo isso apenas para uma boa relaxada para uma leitura continuada!
--------------------------------------------------FIM DA PAUSA---------------------------------------------------------


A quase ficção: Roteiro que não deu certo.

Local: Sala de estar.
Ambiente: Tv desligada. Dois sofás. Um ocupado. Mesa de centro com tampa de vidro. Copo com um pouco de líquido. Janela aberta. Um pouco de brisa.
Personagem: Jovem, 25 anos, cabelos negros um pouco compridos, olhar perdido em pensamentos fúteis, jeans, camiseta, descalço. Bocejo.
Ocorrência: Um clarão na sala. Uma nova figura aparece no sofá vago. Salto de surpresa do protagonista.
Diálogo:

- Mas que.... quem é você? De onde?
Novo integrante: Homem, 45 anos, cabelos negros, curtos. Óculos estranhos, roupa colada ao corpo. Jaqueta rasgada. Aparelhos parecendo algum tipo de arma.
- José, me ouça.
- Como sabe o meu nome?
- Eu não tenho tempo para explicar muita coisa, mas entenda e permaneça quieto, ouvindo. Eu sou você vindo do futuro....
- Ah não. Isso não vai colar. Como é que eu fiquei assim tão louco?
- Já falei que não tenho tempo. Mas vai lá uma explicação bem curta. Você, ou eu, num futuro próximo irá ganhar muito dinheiro inventado algumas coisas muito bacanas, será muito importante, aí vai ficar doidão por um certo período e vai destruir a maior parte da vida nesse Planeta.
- Eu nunca irei fazer isso....
- Irá sim, eu, quer dizer, você fez, por isso eu voltei até aqui para conversar comigo, com você. Inclusive você mata a Cristina em seu acesso de loucura.
- A Cristina, a linda da faculdade que nem me dá bola?
- Vai dar quando você ficar rico, aí você vai se apaixonar por ela, ela por você e então fica tudo maluco e ela morre. Mas isso não vem ao caso.
- Como não vem ao caso, você sabe o quanto eu gosto dela?3
- Claro que sei. Já disse, eu sou você e nós somos loucos, mas você ainda não sabe disso.
- E qual o propósito da sua vinda então?
- Eu vim aqui para recrutar você, o eu mais jovem, para que possamos matar o nós, um eu de um tempo um pouco pra frente.
- Isso tá confuso!
- Fácil. Eu vim até aqui para pegar você, avançarmos um pouco no tempo e então você me mata, no caso, se mata, matando o nosso terceiro eu.
- Espera um pouco. Você vem do futuro para que eu possa matar a mim mesmo em um futuro que na verdade também é um passado seu?
- Exatamente.
- E por que você simplesmente não me mata agora ou então vai pra esse tempo e mata o outro você, eu, sozinho?
- Eu não posso matar a mim mesmo, você.
- Por que?
- Por que eu, você é tão fodamente inteligente que implanta um chip no próprio cérebro para se tornar uma espécie de controlador de mentes e para evitar que estrague tudo o que quer fazer durante o seu tempo megalomaníaco, eu, você coloca uma “trava” no chip que o impede de tirar a sua vida ou de tentar matar você mesmo em outros tempos.
- Eu me impeço de me matar?
- Sim, o nosso eu maluco de certo sabia que poderíamos tentar isso para evitar tudo o que aconteceu. Não há muito tempo, você aceita me matar, a você mesmo?
- Bom, eu não sei....
- Estamos falando de bilhões de vida e da vida de alguém que você vai amar demais. A dor de tudo o que eu, você fez, me consome a todo o momento e eu nem ao menos posso morrer em paz no meu tempo. Mas agora que pude voltar ao passado e provavelmente evitar o que está por vir, eu preciso da sua, nossa ajuda.
- Mas seria mais simples eu me matar, mas na boa, eu não pretendo fazer isso de forma alguma.
- Eu sei, esse é um dos motivos de ter posto a tal trava.
- Mas com você, eu me contando tudo isso, talvez eu, nós não usemos o que inventamos para tal desgraça da Terra.
- Olha, infelizmente não dá, as coisas serão inventadas e o poder irá nos consumir mesmo que não queiramos. Vamos, faça algo por você, por nós. Eu o levarei a um tempo afrente e então você apenas acaba conosco antes de ficarmos loucos.
- Se é a única maneira, então vamos.
- Pegue. É uma arma indolor. Vai ser rápido.
- Vamos!

Novo cenário: Sala de aula, vazia.
Outro personagem: Homem, 38 anos, cabelo negro, bem curto. Roupa social. Em pé, próximo ao quadro negro.
Diálogo:

- Pronto, lá está nós. Atire agora.
- Tudo bem, mas isso tudo é muito estranho.

Ação: Tiro disparado. Possível vítima se esquiva. Mais tiros, mais esquivos. Novo personagem corre em direção aos outros dois. Todos se olham.
Diálogo:

- Parem, é inútil!
- Como assim inútil? Precisamos acabar conosco antes que fiquemos malucos.
- Eu sei, mas nós não somos tão geniais assim como pensamos. Há um erro fatal na estratégia.
- Qual?
- Quando você, eu, volta no tempo para recrutar ele, eu, para me matar, a você, acaba acontecendo que já saberemos quando e como isso irá acontecer, pois quando eu sou morto, você o eu futuro desaparece e você ,o eu do passado, volta e já sabe como vai acontecer, e acredite, essa coisa de não queremos morrer é amis forte que querer evitar as tragédias que poderão surgir. É inútil por que todas as vezes já sabemos que vai acontecer e então evitamos.
- Merda.... E agora?
- Só há uma solução possível.
- Qual?
- Outra pessoa que não nós, terá que nos matar.
- Mas quem?

Novo cenário: Banheiro feminino da faculdade.
Nova personagem: Mulher, 33 anos, vestido curto, cabelos longos e castanhos, olhar assutado.
Diálogo:

- Cristina, não se assuste.
- Não assustar?  Eu vou é gritar....
- Espere, não iremos lhe fazer mal. Apenas precisamos de um favor.
- Um favor?
- Sim, preste atenção! Nós três somos a mesma pessoa e precisamos que você nos mate.
- Mas que porra é essa?

FAIL.........




E se um avião caísse do céu?

“Se um avião caísse do céu, quão grande seria o buraco que ele deixaria na superfície da Terra?” 

Essa frase eu tirei de uma canção que pertence ao grupo britânico Editors. Muito claramente, para entender o que o autor da música quer dizer temos que pensar subjetivamente. Um avião cair é algo que pode acontecer a qualquer momento, mesmo que saibamos que dentre muitos, poucos irão cair, porém eles irão cair. O tamanho do buraco, o vazio ou a insignificância de um acidente como esse sempre irá depender das pessoas que ocupavam esse avião e o que essas pessoas significavam na vida de cada um de nós. Para familiares e amigos, uma dor irreparável, para desconhecidos, apenas mais um fato na vida de alguém.

A verdade é que a morte sempre muda o mundo, o mundo da gente ou o mundo de toda a gente. Diz-se que um soldado inglês teve na mira de sua arma um certo Hitler enquanto no fim da primeira guerra mundial, decidiu então, fosse por piedade ou por ver o inimigo desarmado, poupar-lhe a vida. As coisas, enfim, acontecem de formas determinantes demais. E quem somos, tão grandes em nossa ignorância dos acontecimentos da existência humana, para entendermos ou tentar entender o porquê alguns lances da vida se desenrolam dessa ou daquela forma? Se for destino, coincidência, cartas marcadas, lances de sorte ou azar, tanto faz, não importa. Aconteceu.

Nesses últimos dias alguns acidentes aéreos aconteceram: um avião derrubado por mísseis que poderia, mas não pode, desencadear uma resposta militar mais pesada entre dois países já rivais de longa data. Um outro que simplesmente sumiu para se transformar em um tipo de mistério da era contemporânea e um terceiro, aqui mesmo no Brasil, foi tão inesperado que pode significar uma mudança radical onde todos achavam que nada iria mudar.

A morte realmente muda o mundo, o seu, o meu e o de todos. Não era assim que eu preferia ver o meu país reagir e mudar; acordar, mas talvez seja exatamente por causa disso que tudo mude. Quantos títulos a mais Ayrton Senna poderia ter ganho? Quantos avanços sobre a Aids poderíamos ter pelos cientistas que estavam no avião que foi derrubado? Quão sério poderia ter sido o governo do candidato que estava naquele fatídico voo?

As respostas nunca saberemos, mas o fato é que boas pessoas tentaram nos mostrar o caminho do bem comum enquanto estiveram conosco e é de seus melhores anseios que devemos tirar as lições determinantes para que possamos erguer a cabeça, nos orgulharmos do que e de quem somos e arrancar a coragem do nosso âmago para transformar o nosso mundo.

Vá em paz Eduardo Campos, que a sua luta a gente continua daqui. Por que parar no tempo é a covardia do acomodado e a mudança é a coragem para a transformação.




FUI-ME!!!

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