domingo, 21 de setembro de 2014

Asas!

Olá pessoas!

Dessa vez viajei muito na subjeção da realidade. O que você faria (escreveria sobre) se um cupim pousasse em seu ombro durante a aula, ou então o que falar quando o assunto é filosofia? Pois é, eu também não saberia ao certo, mas foi assim que os assuntos da vez surgiram.
Então, antes de ler, tente imaginar como desenvolveria cada assunto e, logo após, tenha uma boa leitura.


Cupins e Asas

Qual seria o máximo sacrifício que uma pessoa faria para poder seguir a sua vida em sociedade? De que liberdades ela poderia se desprender, abdicar, para participar do ente social, seja ele um grupo de sua comunidade ou as repartições específicas que adoramos adotar para classificar as pessoas de uma mesma cidade, estado e país?

O que, a contraponto, poderia tornar o homem tão livre a ponto de se desprender de todas as amarras que essa mesma sociedade vem criando a infindáveis milênios, obrigando a todos a seguirem um preceito pré-estabelecido do que é o normal social?

Se perguntamos à natureza quem é mais livre, verdadeiramente no mundo, talvez sua resposta fossem os animais, mesmo quem sabe alguns insetos, porém como argumentos negativos tentaríamos explicar a ela que mesmo os animais parecem seguir uma ordem social própria com hierarquias muito parecidas com as nossas em algumas ocasiões e os insetos, estes então nem teriam como escapar da prisão social e em termos estaríamos corretos.

Parece-me que por mais esperançoso que eu fique em encontrar um caminho onde o ser como indivíduo consiga realmente sair do torpor dessa amarra social e se apresentar ao mundo como verdadeiramente é e quer ser, infelizmente não encontro os exemplos mais ricos em detalhes para poder acolher como os verdadeiros modelos de liberdade.

Quem sabe se tivéssemos asas e assim pudéssemos voar, poderíamos nos livrar de toda a pressão e escolher viver onde quisermos sem que ninguém nos condicionasse a essas escolhas. Não à toa asas sempre são ligadas a ideais de liberdade e aventura, marcas as utilizam para passar essa ideia, porém só querem, como todo o mundo dito real, nos enganar e também nos prender à elas.

Asas, asas. Pensar em asas seria o elo mais significativo para subir além da humanidade. Anjos e demônios as tem, segundo o imaginário popular, mas mesmos eles não são livres de julgarem e fazer o que querem, há sempre alguém acima de todos os seres, alguém maior, alguém que manda.

E mesmo nos exemplos das asas eu me decepciono, não pelo que poderia ser se as possuíssemos de verdade, mas por ver que também alguns seres que as possuem podem chegar ao ponto de abdicar desse direito de tê-las simplesmente para sobreviver em sociedade.

Poderia você imaginar algo tão imbecil? Desistir do “poder” de voar para andar entre tantos outros. Deixar de continuar a ser diferente por que todos os outros querem ser iguais? Pois bem, os cupins assim o fazem. Eles saem de suas casas alados, infestam outros locais e assim que chegam em algum lugar novo para morar eles dizem adeus às suas asas e então preferem engatinhar para construir uma nova colônia. Claro, eles tem que fazer isso para sobreviver, talvez nem mesmo percebam a dádiva que é poder voar pelos poucos momentos que a possuem.

Mas me reservo no direito totalmente imaterial da minha imaginação que tenta também por vezes não repetir a imaginação do coletivo, que tenta escapar do óbvio e do que outros já imaginaram não ser o óbvio, puramente para não repetir o que outros já criaram em suas mentes; sim, me reservo nesse meu direito inventado em imaginar que por algumas vezes um único cupim enquanto vê seus alados iguais tornarem-se desiguais ao perderem as asas para formarem uma nova forma de igualdade, negar-se então a ser mais um a perder a sua liberdade momentânea e mesmo que isso lhe custe a vida e assim ele o sabe, prefere continuar a voar e ser o diferente num mundo que todos tentam transformar em padrão. E assim, mesmo em curta vida ele poderá ter apreciado a melhor experiência de liberdade e jamais a servidão prolongada de uma vida normatizada pelos que se esquecerem de como era incrível ter asas.




=============================PAUSA===================================
O homem domina a tudo, inclusive seus próprios semelhantes, logo é de se pensar que somos a máquina mais perfeita da natureza, mas será mesmo que a natureza selecionou todas as melhorias máximas apenas para os seres humanos?

Vejamos rapidamente um amontoado de curiosidades sobre quem é melhor em que no reino animal. Entre parênteses estão os sites de onde a informação fora retirada.

No quesito visão quem sai na frente é a águia de asa redonda que pode ver um rato a apenas 5000 metros de distância durante seu voo, também perdemos em seleções de cores possíveis para as aves e até mesmo um camarão, que é o rei da cor (mundoestranho). Mas somos os únicos a conseguir corrigir problemas de visão através de lentes e óculos, além de diversas cirurgias. Se falarmos em olfato, o elefante tem 1948 OR – gene olfativo – contra 396OR dos humanos (megacurioso). Os morcegos podem ouvir frequências de som em torno de 120000 Hz, assim como os golfinhos, enquanto não passamos de 20000 Hz (geralforum). Se pensarmos em sentir gosto das coisas o campeão é o bagre, isso mesmo, esse peixe tem espalhado pelo seu corpo milhares de células gustativas, ou seja, ele pode sentir na água o gosto das coisas pela pele (hyperscience). E entre os mais mais, teremos: mais rápido, o Falcão Peregrino que atinge 320 Km/h em voo ou em terra o Guepardo com 115 Km/h; em inteligência temos os Golfinhos com alguns bilhões de neurônios a mais que nós e se for ver quem vive mais, algumas ostras das profundezas podem viver 500 anos e um tipo de medusa, a Turritropis, é basicamente imortal, uma vez que, ao invés de envelhecer, suas células rejuvenescem (Megacurioso).

Dessa forma podemos perceber que o homem não é o mais avançado naturalmente em qualquer aspecto comparado a outros animais do Planeta, mas com certeza a sua forma de raciocinar faz toda a diferença. Afinal, com já dito, corrigimos nossa visão com óculos, atingimos velocidades incríveis com carros e aviões, ouvimos sons impossíveis com gravadores sensíveis, passamos a viver mais com o avanço da medicina e também podemos até não sentir tanto gostos, mas podemos nos alimentar de muitas fontes diferentes. Pena que com tanto potencial racional, no fundo, acabamos fazendo atrocidades contra os animais, o Planeta e até contra nós mesmos que nenhum outro ser é capaz de fazer.
=========================FIM DA PAUSA================================



CONVERSA DE VAMPIRO

Filosofar

- Da outra vez falamos sobre os filósofos, mas eu ainda fiquei em dúvida sobre alguns aspectos.

- Não falamos sobre os filósofos em si, mas sobre o que significa ser um.

- Exatamente. Eu pensei que eles fossem como professores...

- Um engano compreensível, mas entenda, filósofos não são professores, não são videntes e tão pouco revolucionários.

- Mas se tirar essas características deles, o que resta para classifica-los?

- Sábios! É o que são na realidade.

- Como um gênio?

- Não, mas quase. Entenda, um filósofo é aquele dentre todas as pessoas que consegue entender muito antes do seu tempo algo que está para acontecer ou que acontecerá num tempo ainda muito distante. É poder enxergar dentro de uma sociedade ou da própria humanidade todos os possíveis caminhos que poderão ser atingidos por ela ou ainda compreender melhor todas as coisas que fundamentam a coexistência entre os humanos. Um filósofo não irá falar para você o que vai acontecer no dia de amanhã, ele tentará fazer com que as pessoas comecem a perceber as diferentes realidades que a rodeiam, tentar fazer com que saiam das alienações criadas por uma minoria, tentar fazer com que um indivíduo se liberte das regras impostas e possa existir de fato. Nunca um filósofo consegue ver as transformações pelas quais a sociedade irá passar. Ele encontra o caminho, mas dificilmente irá trilhá-lo. Seus estudos, muitas vezes frutos de uma mente privilegiada, anteveem as descobertas da humanidade nas mais diversas áreas, mas sempre serão taxados de tolos por aqueles que não querem ver a verdade. Não falo aqui obviamente de físicos e outros cientistas que desenvolvem suas teses e então passam pela aprovação de tantos outros. Os filósofos constantemente encontram críticas vorazes em seu próprio meio. Suas teses são refutadas de todos os lados e eles mesmos sabem que todo o seu esforço só será apreciado por futuras gerações que finalmente estarão vivendo aquilo que ele muito sabiamente previu. O exercício da filosofia é ingrato, pois ele não consegue gerar instantaneamente as mudanças que defende, não consegue ver as melhorias ou mesmo desastres que estão por vir. Não é algo para anos, mas sim para décadas e séculos, mas traz em recompensa uma duração de milênios. Recompensa essa que o próprio filósofo não irá desfrutar. Aí mora muitas vezes a solidão, pois não é sempre que os pensamentos visionários encontram pares nas mesmas épocas.

- Acha que um filósofo pode reconhecer a visão correta de um outro e mesmo assim ataca-la?

- É o que os humanos mais gostam de fazer. Crie uma teoria qualquer e uma outra pessoa logo irá descordar dela. Aí então teremos duas linhas de pensamentos diferentes que por sua vez ganharão, cada uma, seus seguidores e desses seguidores outras formas de pensar irão surgir e no fim, depois de tantas voltas num mesmo assunto que forem dadas, perceberão que voltaram à fonte original de pensamento, mas são orgulhosos demais para admitir tal fato. Reconhecer a sapiência de alguém e compreender a sua linguagem é para poucos, a maioria ignorante sempre irá preferir distorcer uma verdade absoluta para transformá-la num objeto abstrato que atenda a seus anseios.

- E isso seria um roubo de uma ideia?

- Não tanto roubar, mas inverter, distorcer, manipular, usar aquilo que poderia melhorar o mundo para apenas melhorar o seu pequeno mundo particular ou de certos particulares. Lembra-se que os humanos preferem deixar a verdadeira aprendizagem longe da maioria das pessoas, por que no fim, o pequeno grupo que consegue por as suas mãos em tão refinados conhecimentos acaba por controlar todo o restante.

- Isso tudo pelo poder?

- Poder em todas as eras e hoje também pela ganância.


FUI-ME!!!

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