segunda-feira, 13 de outubro de 2014

A SALA VAZIA

Olá pessoas!

Deixando a política apenas para um bom humor, já que de resto ela só nos causa stress e revolta, irei hoje mais profundamente no meu próprio ser e também tentar fazer entender que se fossemos unidos de verdade, talvez não fosse necessário esperar nada de governo algum. Espero que quem ler aproveite ara refletir bem o que está nesta postagem, eu digo, vale muito a pena!


A SALA VAZIA
Acredito que na maior parte da minha pouca vida consciente ou racional eu tenha vivido de uma forma um tanto isolada. Isolada no sentido de estar na maior parte do tempo sozinho, daquelas sensações de que mesmo estando cercado de muitas pessoas de alguma forma nos sentimos sós. Muita gente se identifica com isso, eu sempre tentei fugir disso, do sentimento.

Já são incontáveis os dias em que me encontro deslocado desse mundo, como se ele não tivesse sido planejado para que eu vivesse nele ou simplesmente eu não encontrei de nenhuma maneira o caminho para entende-lo. Isso pode soar triste, mas na realidade é apenas desanimador.

Não encaro a procura de felicidade como algo obrigatório e nem mesmo entendo que se fazer dar certo na tal vida é tornar-se rico e famoso, meu único e total desapontamento é o não entender o todo como eu gostaria de compreendê-lo.

Nessas fases solitárias, que deveriam ser expostas como revoltas ou indignações do grande plano da existência no qual acho e não acho que me encaixo, me faltam as palavras certas para poder transparecer tudo o que eu gostaria de demonstrar ao mundo, ao nosso mundo.

Por vezes eu entendo todo esse espetáculo cósmico de maneira única e também compartilhada. Única por que todos estamos fazendo parte de forma individual de um mesmo plano e compartilhada por que estamos todos ligados de alguma maneira, é aquele pensamento de que você conhece alguém que conhece alguém e que no final todo o mundo se conhece sem ao menos todos se conhecerem diretamente.

É então que as coisas se tornam tão boas quanto ruins. Estar cercado das pessoas que amo e de outras que admiro e de outras que nem sei o que sinto pode ser muito revigorante e muito mais importante. É o imaginário de que cada pessoa que você conhece tem uma sala, uma sala só sua e você também tem uma que é a sua. Parado ali na qual lhe pertence você pode vislumbrar todas as outras salas que a sua vista pode alcançar, geralmente essas são as salas das pessoas mais próximas, algumas vezes as mídias trazem as salas daqueles que estão mais distantes e quando olhamos para essas salas, cada qual, de sua maneira particular está dando uma festa, pode ser uma festa a dois, pode ser um baile bossa-nova ou mesmo uma rave, não importa, as salas estão cheias, movimentadas, fervilhando.

Aí você olha para a sua sala e, incrível, a sala está parada, não há nada além de você, nada além de um bom espaço vago; a sala está vazia. Mas onde está o erro? Teria você esquecido de mandar os convites? Teria você esquecido de encomendar a comida e a bebida? Teria você esquecido de contratar a banda? Você corre verificar, ponto a ponto tudo parece estar certo. Os convites foram enviados, os comes e bebes estão pagos e a banda contratada com antecedência. Você foi atrás, você sempre vai atrás de tudo o que é necessário para a sua sala estar movimentada, mas seja lá por qual motivo a banda cancelou, a comida não veio e ninguém compareceu.  Você não entende, eu não entendo.

O que resta é a terrível certeza de que o motivo pelo qual a nossa vida permanece animada é pelo que a gente vê nas salas dos outros e se pararmos para ficar olhando o nada, o não movimento dentro da nossa própria sala, de repente parece que perdemos o sentido da tal existência, por algum motivo, por algum destino. Sabemos que o motivo das salas dos outros estarem cheias é por que eles merecem e se esforçam para que isso aconteça, sabemos inclusive que alguns nem se esforçam tanto, só não conseguimos entender o porquê a nossa sala permanece vazia apesar de também merecermos e fazermos por onde enchê-la. É muito claro que aqui quando digo nós, quero dizer eu, mas não me sinto o único dono de uma sala vazia dentro de todas as possibilidades humanas pelo Planeta.

O ponto em que me encontro é exatamente esse. Eu sinto a boa energia das outras salas, eu tento fazer com que a minha se encha de tudo o que ela pode ter, mas em alguma triste sina todas as iniciativas que foram tomadas não resultaram em movimento. Mas eu me encho de razão pelo que vejo acontecer aos que muito me são caros e não desisto de tentar agitar as coisas na minha sala, afinal, em algum tempo eu irei acertar o tom da música e dançarei como todos. No momento é hora de concentrar, meditar e aproveitar o silêncio...



                                                           PAUSA-------------------------------------
CONTOS POLÍTICOS

1 - Repórter consegue abordar o candidato que está sendo investigado pela polícia federal durante as votações:
- Candidato, alguma declaração sobre as investigações?
- Nada a declarar, são apenas boatos da concorrência.
- Mas há vídeos e testemunhas.
-Montagens e mentirosos, agora com licença que tenho que cumprir meu dever de cidadão e votar.
- E vai votar em quem?
- Minha filha, irei votar nos melhores. Nunca voto em corruptos e ladrões.
- Mas nem no senhor mesmo?

2 -  
Pilantra de boca de urna aproxima-se do eleitor incauto no dia da votação:
- Tudo bem? Afim aí de contribuir com nosso candidato e também levar uma recompensa?
- Como assim?
- Ah, você ajuda nosso candidato a se eleger e a gente te dá um trocado para ajudar nas contas de casa e tudo mais.
- Tá comprando voto? Por que não falou logo?
- Então a gente se acerta? 100 conto ta beleza?
- Ixi, acontece que eu já vendi o meu na semana passada, tava precisado de umas telhas para trocar a lona que tampava o forro. Sabe como é; compromisso tem que ser honrado.
- Verdade, temos que ser honestos e comprometidos hoje em dia. Mas assim, não tem ninguém na família disponível pra fazer acerto?
- Deixa eu ver, minha mulher já vendeu. O fio mais velho gastou no puteiro, meu sogro não vai votar por que ta com diarreia, meus pais moram em outra cidade. Sobrou minha sogra.
- Ela serve.
- Mas também não vai dar, ela tem uns problemas.
- Que problema?
- Ela é cega.
- Mas isso não é problema, chama ela aqui pra gente acertar.
- Mas tem ouro problema.
- Qual?
- Ela é cega e analfabeta.
- Cega e analfabeta?
- É, ela não sabe ler em braile....

3 - 
Candidato é pego comprando votos no dia anterior à eleição, junto com o santinho, entregava uma nota de 50 reais para os eleitores:
- Teje preso candidato, compra de voto é crime eleitoral.
- Mas seu policial, eu não estou comprando votos, estou apenas distribuindo meus santinhos.
- Distribuindo santinhos junto com nota de 50 reais candidato?
- Seu policial, muito obrigado. Que mancada a minha. Acontece que eu guardei os santinhos no mesmo bolso que eu ponho o dinheiro. Acho que toda vez que vou pegar um santinho, acabo pegando uma nota junto. Olha, se você não me avisasse eu acabaria ficando sem dinheiro. Muito obrigado!
------------------------FIM DA PAUSA


CONVERSA DE VAMPIRO

Quem importa

- Não entendo como um povo pode ser tão destruído por seu próprio governo...

- Isso é por que talvez você não entenda os próprios sistemas que os humanos criam para governarem. Porém, há excelentes governos neste mundo em face aos que podemos chamar de terríveis.

- Mas o bom modelo não é acompanhado por todos, então....

- Realmente não é e nem sempre haverá esperança de ser seguido um bom modelo em todos os lugares, lembre-se que a formação das pessoas varia conforme a região que se originam e benevolências ou mesmos os males incrustrados em cada sociedade acabam por definir a linha comportamental do indivíduo que unidos a outros formarão uma sociedade. Porém o fato que precisa ser mais focalizado é que os homens que são pessimamente governados poderiam dar uma lição, ao menos moral, em seu próprio governo desviado do bem comum.

- E as pessoas não tentam? Eu vejo revoltas e....

- Revoltas pequenas para alguma transformação real e isso se deve em grande parte ao entendimento contemporâneo de que tudo pode ser resolvido com greves, paralizações, e acordos, sejam eles políticos ou mesmos judiciais. A massa prejudicada se sente vingada com pequenas ações cotidianas que em grande parte reparam muito pouco o rombo sofrido por todos, mas convenhamos, numa sociedade onde sempre tem de haver seguidores de alguém, quando esse alguém é recompensado para se calar, a maioria que o seguia se cala também, vivendo na ilusão de que conseguiram modificar alguma coisa, quando na verdade apenas se venderam por valor algum.

- Sempre será assim, não é?

- Poderá seguir dessa forma por tempos indetermináveis, mas há como realmente mudar.

- Não consigo entender como fazer essa mudança.

- Mesmo que conseguisse, outros a quem você compartilhasse sua solução inovadora, que nada tem de novo, achariam algo muito difícil de fazer.

- Poderia me explicar?

- Sem qualquer incomodo. Tire apenas o que o governo faz às pessoas, e ele já faz o mínimo do mínimo apenas para justificar a sua existência e “tamanha” importância. Imagine agora que a forma capitalista que se alastra cada vez mais pelo Planeta tenha em suas mãos o poder para ajustar a sociedade por si mesma e pronto, tudo pode ser resolvido acima dos poderes de qualquer governo.

- Ficar sem governo seria a resposta?

- Não. Me refiro aos detentores do capitalismo ajustarem as necessidades de seus semelhantes quando seus governos são incapazes ou possivelmente não querem se tornar capazes de resolverem os problemas. Ora, quem para o comerciante é o ser mais importante, economicamente falando?

- Eu diria que é o seu cliente.

- E eu concordaria. Se vermos o cliente além do fator econômico e inserirmos o seu real valor social que é constituir a sociedade, é mérito do comerciante entender que tão importante quando o poder monetário de cada pessoa é em si a própria pessoa, pois de nada adianta ao comerciante um cliente que morre. Com essa compreensão seria de extrema importância os grandes sustentadores do sistema capitalista entenderem que o sujeito que mantém o tal sistema é de fato esse cliente e não apenas as grandes ideias de comerciantes e inovações tecnológicas. Tendo aceito esse conceito, os que estão acima da estrutura de pirâmides das sociedades, unidos pelo bem comum e sem vínculos políticos poderiam com parte dos lucros que obtem reinvestir diretamente nas áreas deficientes de seu âmbito social e dessa forma serem mais apreciados que seus próprios governos. Gerar uma concorrência de predileção do ente social poderia gerar competição com o próprio governo que para não ser no futuro possivelmente extinto, teria que prover reais melhorias em todas as suas ações administrativas.

- Utópico?

- Com certeza. Mas imagine uma cidade em que os grandes comerciantes se unissem e resolvessem construir um hospital. Eles inicialmente teriam o terreno e logo após ergueriam a estrutura, comprariam os equipamentos e finalmente contratariam os profissionais. Imaginemos que esse hospital começasse a atender a população de forma gratuita e fizesse um trabalho muito satisfatório. Logo a demanda pelo hospital superaria em muito as dos hospitais estatais e claramente seria necessário explicar à população que para o novo hospital poder atender a todos, doações seriam necessárias. Como a população passa a aceitar em sua realidade os novos serviços prestados que os antigos, muitos irão se esforçar por ajudar a manter o novo sistema. Digamos que os idealizadores do hospital sejam realmente preocupados em melhorar as condições sociais de seus clientes e ajam de forma sempre transparente quanto à arrecadação de dinheiro doado e a aplicação em recursos necessários sem nunca arrecadar mais que o necessário para o funcionamento do hospital. Pronto, aí estaria o modelo de auto-organização social independente dos serviços de um governo deficitário.

- E isso iria gerar o que afinal?

- Provavelmente, com o passar do tempo, haveria mais interesse da população a doar seu dinheiro para as coisas que funcionam e não tentam comandá-las a fazer esta ou aquela ação e muito iriam preferir deixar de pagar impostos que não dão retorno às assistências necessárias para a vida em sociedade e colocarão esses valores apenas nas estruturas de sua nova sociedade, uma sociedade consciente e interessada em manter sempre em “boa saúde” o tão almejado bem comum.

- Mas esperar de empresários uma ação dessas e entender que os clientes irão abraçar essa causa é um tanto complicado.

- Se fosse apenas complicado. Será até mesmo impossível de acontecer, pois enquanto a mentalidade estiver no vencer na vida, ninguém irá se importar em viver numa justiça igualitária. Se, e quando o homem entender que a tal felicidade alcançada em conjunto é muito mais satisfatória e plena que a felicidade impossível que se tenta alcançar sozinho pelos moldes de seus sistemas destruídos, nesse tempo então se alcançará o verdadeiro ideal de sociedade perfeita, a que não depende do governo para repartir os bens como entende necessário e sim a que sabe partilhar suas soluções uns com os outros.

FUI-ME!!!

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